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10 coisas que você deve saber sobre a Síndrome dos Ovários Policísticos

Síndrome dos Ovários Policísticos

Imagem Ilustrativa

1 – A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP ou PCOS, sigla em inglês) é uma doença endocrinológica caracterizada pelo aumento da produção de hormônios masculinos.

2 – Para ser diagnosticada é preciso que a paciente apresente dois ou três sintomas combinados, e que seja excluída outras doenças. Os sintomas são:

a) Hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial ( na maioria das vezes caracterizada pelo aumento de pêlos e acne)
b) Irregularidade menstrual/ anovulação
c) Aumento volume ovariano / alteração na morfologia dos ovários com a presença de vários micro cistos.

Além disso, deve-se avaliar sua história clínica e realizar o exame físico. Outros sintomas comumente vistos na síndrome são:aumento de peso, piora na resistência insulínica (RI) e problemas com a fertilidade.

3 – Uma em cada 15 mulheres em idade reprodutiva tem SOP e a resistência à insulina (RI) atinge de 50 a 70% das mulheres com a Síndrome. Há de se destacar que a RI independe do peso corporal da mulher. A literatura mostra a prevalência é em torno de 5% a 10% da população feminina em idade fértil.

4 – Apesar da SOP ser causa da irregularidade menstrual, principalmente ausência da menstruação ou ciclos de 3/3 meses ou mais, em 85% das jovens, é um distúrbio que pode se manifestar de diversas formas. Além disso, a SOP está associada com o maior risco para o desenvolvimento de outras doenças como câncer de endométrio (tumor localizado na parede interna do útero), ataque cardíaco e diabetes.

5 – O tratamento da SOP deve estar associado ao incentivo a uma dieta alimentar e a prática de atividade . Isso melhora a resistência insulínica, a fertilidade, regula a ovulação e aumenta a sensibilidade à insulina”.

6 – Dentre as opções medicamentosas, os anticoncepcionais orais têm sido muito utilizados e são seguros e eficazes em pacientes sem maiores comorbidades metabólicas. Por ser uma síndrome, com vários sintomas, o tratamento deve englobar diversos medicamentos como hipoglicemiantes orais (nos casos de resistência à insulina); medicamento para reverter o quadro de infertilidade, como indutores de ovulação, cosméticos conta a acne e terapias para o controle do estresse e da ansiedade.

7 – Mulheres com SOP apresentam, em geral, valores mais elevados de percentual de gordura, adiposidade central (barriga), testosterona, glicose pós-prandial, insulina basal e pós-prandial, triglicerídeos, colesterol total e LDL colesterol. Além disso, apresentam fatores de risco cardiovasculares mais precocemente do que comparadas as mulheres sem SOP, com mesmo IMC.

8 – De acordo com a Diretriz Brasileira sobre a SOP, dieta e exercícios físicos representam o tratamento de primeira linha, melhorando a resistência à insulina e retorno dos ciclos ovulatórios, mesmo na ausência de perda de peso. Com o tratamento medicamentoso adequado, cerca de 50% a 80% das pacientes apresentam ovulação e 40% a 50% engravidam. A fertilização in vitro (FIV) também é indicada nos casos em que a estimulação ovariana foi exagerada, com o objetivo de evitar o cancelamento do ciclo.

9 – A perda de peso resultante das mudanças no estilo de vida “favorecerá a queda dos androgênios circulantes, melhorando o perfil lipídico e diminuindo a resistência periférica à insulina; dessa forma, contribuirá para o diminuição no risco de doenças do coração, diabetes e regularização da função ovulatória. O uso de contraceptivos hormonais orais de baixa dose, por sua vez, ajudará no controle da irregularidade menstrual e redução do risco de câncer endometrial” (Projeto Diretrizes AMB).

10 – Apesar de ser comum, a Síndrome dos Ovários Policísticos manifesta-se de diferentes formas nas mulheres e por este motivo seu tratamento deve ser individualizado. Até o momento não foi descoberta a cura para a SOP, entretanto com o controle dos sintomas é possível prevenir os problemas associados. Em casos de suspeita de SOP, procure o seu ginecologista.

Ainda tem dúvidas sobre o assunto? Entre em contato com a Dra. Ana Luiza.

Ana Luiza Alvarenga é Ginecologista e Obstetra. O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

 

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