Nesta quarta-feira (28), dia em que se celebra o Orgulho LGBTQIA+, a Prefeitura de Itabira realizou o 1º Encontro de Diversidade e Direitos Humanos, com o objetivo de fomentar uma cultura organizacional inclusiva e respeitosa dentro do setor público. O evento foi promovido pelo Comitê de Equidade junto às secretarias de Educação, Saúde e Assistência Social no auditório da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), tematizando sobre políticas públicas, LGBTfobia e empregabilidade.
O encontro contou com a participação do médico endocrinologista em saúde de pessoas transgêneres e endocrinologia, dr. Eduardo Ribeiro e o delegado de Polícia Civil, dr. Diogo Luna. Eduardo e Diogo Luna levantaram o debate sobre saúde, empregabilidade e direitos da comunidade LGBTQIA+. A presidente e fundadora da Casa Chama, Matuzza Sankofa também compôs a mesa do encontro. Matuzza é itabirana e levou seu relato de vida e luta às mais de 200 pessoas presentes, que a aplaudiram de pé ao fim de sua fala.
Antes de iniciar a mesa de debates sobre os temas, as secretarias municipais que compuseram a mesa de abertura e estavam representando o prefeito Marco Antônio Lage (PSB) lembraram de algumas ações realizadas pelo governo, ressaltando que ainda existe um longo caminho a ser percorrido na busca por mais inclusão dentro da pasta municipal.
‘‘Muitas vezes, os casos que deveríamos estar acompanhando não chegam na assistência. Casos de violação de direitos à comunidade LGBT, casos de LGBTfobia, além de casos graves relacionados ao uso de álcool e drogas, de automutilação, e depressão acabam não recebendo os acompanhamentos devidos pela rede’’, disse Nélia Cunha, secretária de Assistência Social.
Laura Souza, que no início do ano passado sofreu uma série de ataques homofóbicos quando foi nomeada como secretária municipal de Educação, afirmou estar muito satisfeita por ver o auditório cheio, lembrando sobre a importância das ‘‘políticas públicas para a inclusão e a garantia de direitos a todos’’.
‘‘A população LGBTQIA+ sempre esteve na sociedade e sempre fez parte do serviço público. Nós existimos, sempre existimos e vamos continuar existindo. […] Eu, como uma pessoa LGBT, fico extremamente feliz de ver todos vocês aqui hoje. Isso é um sinal de respeito, é um sinal de atenção’’.
‘‘Acho que a gente precisa entender que avançamos, mas precisamos também ter clareza dos passos que ainda não demos, né?! […] A gente precisa avançar no nosso fomento às políticas públicas’’, disse Clarissa Santos, secretária de Saúde, ao sugerir que o Comitê de Equidade de Itabira seja ampliado de forma intersetorial entre as secretarias municipais, Câmara, Polícia Civil e a sociedade civil para que ‘‘consiga de fato estruturar essa discussão aqui no nosso município e construir políticas públicas que sejam eficazes e que façam sentido para nossa população.’’
Além das secretarias municipais, o vereador Bernardo Rosa também compôs a mesa de abertura.