A data de 6 de junho de 1944 é mais conhecida como Dia D — momento em que tropas dos Estados Unidos, Reino Unido e Canadá invadiram o litoral da Normandia, na França.
O objetivo era por fim à Segunda Guerra Mundial (1939/1945), ocupando a Europa, até então dominada pelos nazistas, numa primeira etapa da Operação Overlock. Para isso, 160 mil soldados aliados desembarcando à noite no litoral da Normandia, no norte da França, mesmo com o mar revolto e a brutal defesa alemã.
A BBC (British Broadcasting Company) transmitiu, em 1942, uma conclamação em seus programas de rádio pedindo aos ouvintes o envio de fotografias e cartões-postais do litoral da Noruega até os Pirineus, entre a França e a Espanha, coletando informações sobre as praias mais adequadas para o desembarque dos aliados. A decisão recaiu sobre as praias da Normandia.
Milhões de fotografias forma enviadas para o Escritório da Guerra do Reino Unido que, com a ajuda da Resistência Francesa e o reconhecimento aéreo, analisou o melhor local de desembarque para o Dia D.
Os aliados se empenharam em fazer com que os alemães acreditassem que a invasão se daria em Calais, também no norte da França, simulando uma presença de tropas de infantaria baseadas em Kent, um condado inglês, no extremo sul do Reino Unido e mais próximo de Calais, na chamada Operação Fortaleza.
Para isso, foram construídos tanques falsos infláveis e bonecos com paraquedas para enganar os alemães. Também foram usados agentes duplos que lançaram informações erradas de forma controlada, fazendo com que os nazistas acreditassem numa possível tentativa de invasão por Calais e pela Noruega. O exército alemão caiu no golpe dos aliados, mantendo grande efetivo de suas tropas na região de Calais, à espera de uma segunda invasão.
Ao menos 12 países se envolveram diretamente no conflito, em 1944, preparando-se para a invasão. Os aliados contaram com apoio por terra, mar e ar de forças da Austrália, Bélgica, Checoslováquia, França, Grécia, Holanda, Noruega, Nova Zelândia, Polônia e Rodésia (atual Zimbábue).
Os oficiais aliados escolheram uma noite de lua cheia, com maré de primavera. A data foi 5 de junho, mas o tempo não contribuiu e houve um atraso de 24 horas para o desembarque.
O tempo estava tão ruim que o próprio comandante alemão, Erwin Rommel (1891/1944), não acreditou que a invasão pudesse ocorre naquele dia, voltando para sua casa e presenteando sua esposa com um par de sapatos pelos seus 50 anos.
Quando as primeiras notícias sobre a invasão começaram a chegar, Rommel estava em sua casa na Alemanha.
Hitler (1889/1945), por sua vez, dormia, enquanto os aliados desembarcavam em terra firme. Nenhum dos seus oficiais generais se atreveu acordá-lo, fazendo com que os nazistas demorassem a se deslocar para defender o ponto das invasões.
Cinco praias foram escolhidas para a operação, com nomes em código. Na praia de Omaha, cerca de 4 mil homens foram mortos ou feridos, com uma unidade americana perdendo 90% do seu efetivo.
Na praia denominada Gold, o índice de baixas foi o menor entre as demais. A Batalha da Normandia, no dia seguinte à invasão, foi tão sangrenta quanto as lutas de trincheira da Primeira Guerra Mundial (1914/1918).
Depois de receber ordens sobre a missão altamente secreta de atacar a Bateria de Merville, na França, no Dia D, o oficial do exército britânico Terence Otwai (1914/2006) precisava ter certeza de que não havia agentes infiltrados entre seus homens, antes do dia 6 de junho de 1944.
Otwai destacou 30 das integrantes mais bonitas da Força Aérea Auxiliar de Mulheres, com roupas civis, para visitar os bares das aldeias próximas do local de treinamento dos soldados.
Otwai pediu que elas fizessem todo o possível para descobrir qual era a missão daqueles homens. Ninguém revelou nenhuma informação.