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93% das mulheres contribuem financeiramente em casa; dados apontam desafios e avanços em meio às desigualdades

Dia das Mulheres Foto: Reprodução/iStock

Foto: Reprodução/iStock

Neste sábado (8), é celebrado o Dia Internacional das Mulheres, uma data que tem como foco destacar os direitos conquistados ao longo da história. Desse modo, as mulheres têm assumido um papel cada vez mais central na economia, tanto no mercado de trabalho quanto na gestão financeira doméstica. Essa crescente participação, além de impulsionar o desenvolvimento econômico, também desafia as estruturas tradicionais, promovendo transformações sociais profundas. No entanto, apesar dos avanços, as desigualdades ainda limitam o potencial das mulheres na economia. No último mês, a Serasa realizou um levantamento por meio de uma pesquisa do Instituto Opinion Box, que revela a crescente responsabilidade feminina na sustentação financeira dos lares brasileiros.

O estudo foi feito entre os dias 14 e 24 de fevereiro deste ano e entrevistou 1.383 mulheres em todo o Brasil. De acordo com a pesquisa, 93% das mulheres contribuem financeiramente para as despesas da casa, e em 33% dos lares, elas são as únicas responsáveis pelo sustento da família. 

Os desafios são ainda mais evidentes entre as mulheres das classes D e E, onde 43% são as principais provedoras, enquanto nas classes A e B esse percentual cai para 18%. O levantamento também aponta que 64% das entrevistadas lideram a organização financeira do lar, reforçando seu protagonismo na economia doméstica.

Dificuldades

O papel de destaque vem acompanhado de desafios estruturais. Os dados expõem que 90% das mulheres precisam equilibrar o trabalho profissional com as responsabilidades domésticas, evidenciando a persistência da chamada “dupla jornada”. Apesar desse peso, 85% das entrevistadas comemoram as conquistas femininas no mundo financeiro, historicamente dominado por homens. 

A dificuldade de acesso ao crédito também é um entrave para muitas mulheres: 85% delas já tiveram algum pedido negado, e 47% apontam a dificuldade de obter crédito como um dos principais desafios econômicos.

Entre os motivos para a solicitação de crédito nos últimos 12 meses, estão o pagamento de despesas inesperadas (26%), quitação de dívidas de cartão (22%) e a tentativa de limpar o nome (21%). 

Educação financeira

A educação financeira surge como um fator essencial para a mudança desse cenário. As redes sociais são a principal fonte de aprendizado sobre finanças para 33% das mulheres, seguidas por informações em sites e aplicativos bancários (28%) e buscas na internet (26%). 

O dado também mostra a importância da representatividade: 3 em cada 4 mulheres se sentem mais confiantes quando escutam outras mulheres falando sobre economia.

Nesse contexto, iniciativas como a de Nathália Rodrigues, conhecida como Nath Finanças, ganham destaque. Nascida na periferia de Nova Iguaçu, Nathália tornou-se uma influenciadora e educadora financeira voltada para pessoas de baixa renda, especialmente mulheres. Ela utiliza suas plataformas digitais para oferecer conteúdo acessível sobre gestão financeira, buscando emancipar mulheres por meio do conhecimento econômico.

Reprodução: YouTube/Nath Finanças

Objetivos financeiros

Para Patrícia Camillo, gerente da Serasa, a presença crescente das mulheres na gestão financeira das famílias é um reflexo da capacidade feminina de planejamento e controle. “Acostumadas a gerenciar a rotina e até situações de escassez, elas conseguem equilibrar as reais necessidades à renda disponível e se mostram mais preocupadas em evitar o endividamento familiar”, confirma a especialista em educação financeira.

Entre os principais objetivos financeiros das mulheres estão a compra de um imóvel e a quitação de dívidas. A pesquisa reforça o papel essencial que a classe desempenha na economia do país, ao mesmo tempo em que expõe desigualdades estruturais que ainda precisam ser superadas. 

Neste Dia Internacional da Mulher, os dados servem como um lembrete da força feminina e da necessidade de maior equidade no mercado de trabalho e nas condições financeiras.

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