É notório a baixa representatividade das mulheres na política. Os cargos públicos precisam de diversidade. Só assim, teremos uma democracia mais sólida e representativa. Na última eleição, um fato pouco comum aconteceu no município de São Domingos do Prata. Quatro mulheres foram eleitas para o cargo de vereadora. Isso mostra que as coisas estão mudando, mas ainda está longe do ideal.
Sueli Garcia
A vereadora Sueli Perpetua Garcia Avila Idade, de 51 anos, entrou para a política no ano de 2020, sendo eleita para o seu primeiro mandato como vereadora da cidade de São Domingos do Prata. Atualmente, no ano de 2022, inicia seu segundo ano do quadriênio 2020-2024. Ser vereadora era um desejo antigo, porém as responsabilidades maternas adiaram o seu sonho. Entretanto, esse anseio se tornou mais evidente no ano de 2019, quando decidiu que esse era o caminho que desejava trilhar.
Sueli diz como vê a participação política da mulher. “A participação feminina na política é de extrema importância para a sociedade. É necessário que haja equidade na política entre homens e mulheres para que as tomadas de decisões sejam feitas de maneira igualitárias.
Então, Sueli deixa uma mensagem para todas as mulheres que anseiam ou que já estão no cargo.
“Sejam fortes! Se hoje ocupamos esse lugar na política, tal representação é decorrente do trabalho de muitas como nós que há anos buscaram aumentar a representatividade feminina no cenário político. Entretanto, ainda hoje olhares e pensamentos preconceitos sobre “onde é o lugar da mulher” e questionamentos sobre nossa competência são corriqueiros em nosso dia a dia, afirma.
Soninha da Saúde
A vereadora Sonia Aparecida Martins, “Soninha da Saúde”, de 52 anos, em 2008 foi convidada para concorrer às eleições municipais. Foi eleita com uma votação significativa para o pleito 2009-2012. Logo depois, em 2012, foi reeleita para o segundo mandato. Novamente, em 2016, foi reeleita para o terceiro mandato. E, por último, em 2020 foi reeleita pelo Avante para o quarto mandato de 2021 a 2024.
Tornou-se funcionária da prefeitura aos 19 anos de idade. Dessa forma, trabalhou como servidora municipal, cargo de origem oficial administrativo, uma história comprovada de serviços dedicados à população pratiana. Assim, entrou na política aos 39 anos, convidada pelo prefeito da época. Seu pai foi vereador por duas vezes e tinha o sonho de ver a filha na política. Por fim, a “soninha da saúde”, disse que durante os seus mandatos sempre levantou algumas bandeiras.
“Sempre destaquei no respeito, no trabalho e na dedicação. Ergui sempre a bandeira das mulheres, dos funcionários públicos em todas as áreas, em especial à assistência social e saúde. Espero que todos trabalhem democraticamente sempre pensando no bem estar da cidade e da população. É o povo quem nos coloca na política. Por isso, devemos muito respeito a todos”, ressalta.
Aparecida Ribeiro
A vereadora Maria Aparecida Pinto Ribeiro Idade, de 51 anos, entrou para a política há um ano. “Aos 14 anos, acompanhei as discussões do movimento Diretas Já, e comecei a me interessar mais por política. Fiz uma militância discreta por bom tempo, tendo preferido me envolver na luta sindical da rede estadual de educação. Minha trajetória política começou, efetivamente, há dez anos, quando recebi um convite e me candidatei a vereadora pela primeira vez”, conta.
Para Aparecida, as mulheres precisam se conscientizar de que os espaços de tomada de decisão precisam ser ocupados de maneira democrática para que possam ser a representação que pretendem. Então, as mulheres precisam se empenhar em participar, em defender seus ideais, em querer ser as responsáveis pelas políticas públicas que dizem respeito a elas mesmas.
“Sabemos que a política, há muito tempo, vem sendo um local de prestígio para os homens. Já passou da hora de desfazermos essa ideia, e isso conseguiremos com nossa luta, com a seriedade de nossos mandatos, com o pleno exercício de nossas obrigações como vereadoras, seja representando nossos eleitores e a comunidade em que vivemos.
Valéria Drumond
A vereadora Valéria Drumond Guerra, de 63 anos, vem de uma família de políticos. Seu avô foi prefeito, sua mãe, seu tio e irmão também foram vereadores. Por isso, ela sempre vivenciou a política. Em 2016, foi candidata a prefeita e na última eleição foi eleita vereadora. O que a motivou entrar para a política foi a vontade de ajudar o município.
Segundo Valéria, “a mulher tem um papel fundamental na política. Ela é mais questionadora, mais humana e mais dedicada no que faz. Tem sempre uma forma especial de ver as coisas, uma facilidade em encarar as modernidades e implantá-las. Para as mulheres terem maior valorização na política elas precisam deixar de aceitar serem candidatas apenas para completar o número de candidatas exigido por lei. Precisam ser mais ativas nas atividades sociais e nas demandas políticas locais”.
A vereadora também manda uma mensagem para todas as vereadoras de Minas Gerais:”que todas sejam atuantes, trabalhem com seriedade, tenham sempre em mente que a nossa missão é muito importante para a melhoria da política nacional”, finaliza Valéria.