O terceiro governo Lula apresenta um mostruário atraente na economia. Alguns indicativos comprovam essa percepção. A taxa de desemprego caiu para 6,2% no período de julho a outubro, o menor índice da série histórica. Neste espaço de tempo, 2,1 milhões novos postos de trabalho (com carteira assinada) foram criados. No último trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) alcançou a cifra de R$2.989,9 bilhões. O crescimento do País teve uma expansão — em relação a 2023 —, chegou a 4% e ficou atrás apenas da índia (5,4%), Indonésia (5%) e China (4,6%). Os Estados Unidos registraram 2,7%. O Brasil se consolida como a sexta maior economia do planeta. Outra variável importante chama a atenção. A inflação de 2024 ficará em 4%. O indicador de novembro fechou em 0.39%.
Os dados, como se vê, são animadores. Mas prevalece intrigante mistério no ar. Essas marcas expressivas não significaram uma melhoria na qualidade de vida do brasileiro. As gôndolas dos supermercados são o símbolo maior dessa sensação. Os preços dos alimentos estão na estratosfera e o poder de compra despencou nos últimos anos. Esse cenário tem uma consequência dramática para o status quo: a forte corrosão no prestígio de Lula e cia.
Pesquisa Quaest divulgada quarta-feira (11) não trouxe boas notícias para os “companheiros”. O levantamento mostrou que 52% dos entrevistados aprovam o atual governo, enquanto 47% desaprovam. Os apontamentos são relativamente medíocres para quem ostenta números tão significativos nas finanças. Em relação ao apurado em outubro, a aceitação teve uma oscilação positiva de um ponto (51%) e a rejeição desceu dois pontos (45%).
Esse resultado provocou um terremoto no Palácio do Planalto. Consequência. Começou a temporada de caça às cabeças — o esporte preferido do PT. Fernando Haddad — um alvo clássico — sabe como funciona o fogo amigo petista. Em sintonia com a cúpula do partido, o presidente Lula preparou fulgurante frigideira para o jornalista Paulo Pimenta, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom). Pimenta é o mais “saboroso” ingrediente do tempero da publicidade governamental. Parece que o conteúdo do cardápio, porém, anda meio insípido para a clientela (o povo). Nesse nababesco banquete, a corda sempre arrebenta para o lado obviamente mais frágil: a comunicação institucional — “a grande responsável pelo mau humor da massa”.
A culpa é da Comunicação! Esse manjadíssimo discurso é a forma mais cômoda para escamotear a incompetência do mandachuva de ocasião. Trata-se de regra básica para tirar a “dita cuja” da seringa. Quando a gestão pública ostenta uma avaliação positiva, o mérito é do chefe do Executivo (presidente da República, governador ou prefeito). Mas, se a coisa naufraga no mar da incompetência, debita-se o fracasso na conta da Comunicação. O chefe da Secom será escorraçado no início de 2025. Essa demissão, com certeza, provocará uma redução no preço da picanha. A conferir.
P.S.: Sidônio vem aí!!!
Fernando Silva é jornalista e escreve sobre política em DeFato Online.
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