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“A gente tem que se provar muito mais”: como é ser mulher na mineração

“A gente tem que se provar muito mais”: como é ser mulher na mineração“A gente tem que se provar muito mais”: como é ser mulher na mineração

Engenheira de Minas, Bruna Canesso. (Foto: Arquivo pessoal)

Segundo o movimento Women in Mining Brasil (WimBrasil), que faz levantamentos sobre a participação das mulheres no setor da mineração, apenas 21% do corpo funcional das empresas mineradoras em atividade no país é composto por mulheres. Segundo o relatório divulgado em 2023, a proporção é de uma mulher para cada quatro homens presentes no ramo da mineração.

A Vale informou que encerrou o ano de 2023 com cerca de 7.500 empregadas a mais do que em 2019, ano em que estabeleceu a meta de dobrar a representatividade de gênero na força de trabalho. Segundo a mineradora, o objetivo é chegar a 26% de mulheres até 2025 e construir um ambiente cada vez mais inclusivo.

Ainda segundo o levantamento do WimBrasil, o número de contratações de mulheres apresentou um aumento entre os dados de 2022 e 2023, subindo de 32% para 43%. Para a engenheira de Minas, Bruna Canesso, o setor da mineração é um ambiente machista e que, diversas vezes, tenta diminuir o trabalho das mulheres. “Em diversos momentos, a mulher, e foi assim comigo, a gente tem que se provar muito mais do que os homens. A gente tem que se esforçar para mostrar aquilo que a gente sabe, a gente gasta muita energia para poder provar que a gente é capaz de estar ali”, conta a engenheira. 

Mais representatividade

Apesar desse cenário, a engenheira celebra o aumento da presença feminina no setor da mineração. Ainda que em uma porcentagem menor quando comparada à presença de homens, as mulheres têm conseguido ocupar esses espaços. “A gente vê um movimento das empresas também nesse sentido. Por mais que as pessoas façam a cultura, existem as grandes empresas que promovem a diversidade e buscando trazer mulheres para esses lugares”, diz.

Cristiane Sebastião é outra mulher a ocupar um espaço predominantemente composto por homens. Na Vale há mais de cinco anos, ela é gerente de implantação de descaracterização de barragens e projetos geotécnicos  e atua no setor de mineração há mais de 16 anos. Além da rotina nas minas, Cristiane é diretora do movimento Women In Mining Brasil. 

“As empresas estão dando a atenção devida para a diversidade e entenderam o quanto esse movimento pode gerar muitos benefícios” , celebra Cristiane.

Cristiane Sebastião atua no setor de mineração há mais de 16 anos. (Foto: Arquivo pessoal)

Futuro

Olhando para o horizonte, Bruna Canesso espera que a presença das mulheres seja cada vez mais natural. “Naturalmente a gente vai chegar e não precisar mais de movimentos, de vagas afirmativas, de programas voltados para a inclusão de mulheres em cursos técnicos”, anseia.

“A expectativa para o futuro é encontrar mulheres líderes em diversos cargos, que seja algo mais natural”, espera a engenheira de Minas. 

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