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A importância de focar as operações no caixa da empresa

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Finalmente, com a redução das contaminações e a consequente abertura do comércio, os empreendedores estão percebendo uma melhora no fluxo de caixa, mas que ainda em alguns casos não suficientes para quitar algumas dívidas que ficaram no passado na época do lockdown. A percepção está correta, pois quem paga as contas ao final é o saldo de caixa e não o lucro contábil.

No entanto, vale destacar conceitos que estão dentro do universo descrito acima e poucos se lembram que, em momentos de aperto, para efeitos de projeção de necessidade de caixa, deve-se levar em consideração os regimes: (a) de competência, e; (b) de caixa.

No regime de competência, a receita será contabilizada no período em quer for gerada, independentemente do seu recebimento e as despesas serão contabilizadas como tal no período em que for consumida, incorrida, utilizada. Logo, se a organização faturou R$ 100 mil em determinado mês, com vendas ao prazo de 45dias, o efeito de recebimento do seu caixa será visto futuramente e não no momento do faturamento.

Importante ressaltar, que as despesas que geraram esse faturamento podem ocorrer antes dos 45 dias, gerando assim uma necessidade maior de capital de giro para determinado momento.

No regime de caixa, a receita (ou entrada de caixa) será considerada no momento do seu recebimento (encaixe) e as despesas serão consideradas quando ocorrer o seu pagamento (desembolso). Logo, você consegue perceber o efeito caixa no momento em que ocorre.

No entanto, há um momento em que o regime de caixa e competência serão iguais. Isso ocorre se na organização cada produto for comprado à vista e vendido à vista. Esse “à vista”, implica em dinheiro vivo, transferência online ou PIX, de forma que se a empresa fez uma venda, o dinheiro seja transferido no momento da concretização do negócio, e a mesma forma valendo para a compra desse produto que foi vendido e ambas ocorrendo quase que simultaneamente ou no mesmo dia.

Como exemplo, cito hipoteticamente, uma empresa comercial que vende móveis e utensílios. O empreendedor compra um novo móvel paga à vista por ele $500, o produto é entregue em sua loja no mesmo dia da compra, vai para o mostruário, e no mesmo dia é vendido por $1.000. Logo, o efeito caixa/lucro (simultaneamente) será de $500. Tal fato não ocorreria se compra ou venda fossem à prazo em datas diferentes.

Logo, essa é a importância de se colocar foco no caixa. Se precisa de dinheiro rápido e existe a possibilidade de fazer na operação do negócio, às vezes uma venda com menos prazo será uma boa opção.

*Marcelo Silva Ângelo Ferreira, Doutor e Mestre em Administração de Empresas, Professor na FUNCESI, Pesquisador e Empreendedor no Segmento de Serviços.  Siga no instagram: marcelosilvaangeloferreira

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