Algo que vinha se desenhando nos últimos anos parece, agora, consolidado. O futebol brasileiro domina a América do Sul. Caso o Fortaleza elimine o Estudiantes-ARG na noite desta quinta-feira (7), serão seis clubes do país entre os oito classificados às quartas da Libertadores. E é óbvio que a farra na distribuição de vagas oriundas do Campeonato Brasileiro interfere no cenário, mas a discussão vai além. Na ESPN SKY, você assiste a vários jogos da Copa Libertadores da América!
O domínio não é só numérico, mas também técnico e tático. Ontem, Palmeiras e Flamengo arrasaram Cerro Porteño-PAR e Deportes Tolima-COL. Duas equipes que, anos atrás, endureciam a vida dos brasileiros.
Por isso, acho simplório resumir a superioridade brasileira apenas ao aspecto financeiro ou a quantidade de representantes na disputa, como alguns vêm fazendo. Embora tenhamos vários pontos a evoluir, os clubes se profissionalizaram, conquistaram uma saúde financeira e entenderam que não se trata apenas de contratar a rodo e encontrar alguém que distribua coletes e seja bom de preleção. Acredito, inclusive, que a fracassada passagem de Renato Gaúcho pelo Flamengo possa significar um divisor de águas na busca por treinadores com este perfil.
A diferença econômica entre o Brasil e outros países da América do Sul, exceção feita à Argentina, sempre existiu. Mas era comum vermos equipes limitadas, mas organizadas, eliminarem os brazucas. No entanto, avançamos no aspecto campo e, organizados, fizemos valer a força das individualidades.
Porém, isso não significa o paraíso, a missão agora é outra. Se na América do Sul está difícil “encontrar rivais”, como diz o meme, o parâmetro deve ser o futebol europeu.
Como tornar nosso futebol atrativo para o Velho Continente? Isso passa por detalhes que parecem pequenos, mas fazem muita diferença. Bons gramados, arbitragem profissional, fim do troca-troca de treinadores… Se sem isso, o Brasil já domina o continente, imagina o combo completo? Precisamos olhar menos para os outros e mais para nós.
Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.
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