O segmento da saúde, pós pandemia de Covid-19, ganhou destaque na economia, no social e na política. Porém, saúde no Brasil esta cada vez mais cara e o governo, por mais que insista no sistema SUS, não consegue suprir a demanda cada vez maior.
Dentro deste cenário estão os planos de saúde tentando sobreviver e o número de associados pouco tem crescido e até diminuído pelo achatamento salarial da classe trabalhadora. Na mesma direção estão os milhares de hospitais que são parceiros dos planos de saúde, correndo o risco de sucumbirem caso o governo federal obrigue o pagamento do piso salarial da enfermagem, embora muito justo, mas impossível de ser cumprido sem que a União reveja a tabela de pagamento do SUS.
Com o envelhecimento da população e o aumento dos anos de vida, urge a necessidade de se criar novas metodologias para os setores da saúde. Hoje sabemos que o sonho de consumo da população é possuir um plano de saúde que lhe garanta assistência adequada. Novas tecnologias estão surgindo a todo instante, o que poderia ser uma solução. Porém, no setor da saúde novas tecnologias representam aumento de custo dos serviços, uma dor de cabeça no mundo inteiro.
A pandemia mostrou que é possível cuidar da saúde de forma diferente e mais em conta. A nova geração de internet chega para transformar distância em proximidade e a telemedicina já é uma realidade e precisamos investir na medicina preventiva.
Precisamos olhar com muito carinho para os planos de saúde e os hospitais filantrópicos e privados, pois eles representam a maior parte dos atendimentos em toda a rede — embora apenas 26% da população possua planos de saúde.
Ao atender um em cada quatro brasileiros, os planos de saúde ajudam todo o sistema, pois, cada brasileiro atendido por um plano de saúde é uma vaga a mais para o sistema SUS.
Segundo IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] temos hoje 28 milhões de pessoas com mais de 60 anos e esta aumentando rapidamente: em 20 anos vamos ter 52% dos indivíduos com mais de 60 anos.
Diante desses fatos, algo precisa ser construído agora, precisamos enxergar essa realidade como uma oportunidade de negócios, criação de novos serviços e novas modalidades de atendimento. Pensando assim foi que criamos o setor de inovação do Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD), que vem pautando grandes parcerias com as academias de educação e alguns setores privados, desenvolvendo projetos inovadores e auto sustentáveis.
Em nossa visão, a saúde hoje não pode ser vista apenas como obrigação e filantropia e representa um dos grandes negócios a ser construído.
Márcio Antônio Labruna é provedor do Hospital Nossa Senhora das Dores.
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