O nível de imprevisibilidade do Campeonato Brasileiro de 2023 dificulta qualquer análise. Quem acompanhou aquele Botafogo arrasador do primeiro turno não imaginava, de forma alguma, que a disputa estaria tão embolada a duas rodadas do fim. A ponto do Atlético, que caminhava para uma temporada apenas razoável, ter chances reais de conquistar seu segundo título brasileiro em dois anos.
E qual o caminho para buscar essa taça? Ao contrário de 2021, não se trata de uma campanha impecável, construída com muitos méritos do início ao fim. Mas o Galo pode colher os frutos por sempre se manter no bolo e crescer na hora certa.
A princípio tratado, de forma praticamente unânime, como candidato a uma vaga na Libertadores, o time nunca foi pressionado a brigar pelo título, como Flamengo e Palmeiras foram, por exemplo. Há três ou quatro rodadas, quando alguns atleticanos comentavam, despretensiosamente, em levar o caneco, muitos sequer levavam a sério. Eu era um deles, inclusive.
Mas o roteiro do Brasileirão 2023 não abraça o óbvio. Já são oito jogos consecutivos sem perder, e o principal: o Atlético atingiu o seu auge de desempenho no momento mais decisivo do campeonato. Ademais, estar “à sombra” dos dois times citados acima ajuda a diminuir a pressão característica dessa fase da disputa.
E se não for campeão? Terá que lamentar o começo muito ruim de Felipão, que não venceu seus primeiros sete jogos no Brasileirão, e derrotas em jogo com amplo favoritismo, como contra Cruzeiro e Coritiba.
Ainda assim, não será considerado um fracasso. Talvez o planejamento do clube nem fosse brigar pelo título. Mas por demérito dos seus adversários e a regularidade da melhor campanha do segundo turno, aconteceu. Difícil é explicar.
Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.
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