Abordagem diagnóstica das anemias

O termo anemia (do grego, a = privação; haima = sangue) refere-se à redução da concentração de células vermelhas no sangue. É sinal de doença e deve ser sempre investigado. Em geral, o diagnóstico laboratorial de anemia é definido por valores de hemoglobina (Hb) < 12g/dl em mulheres e < 13,5g/dl em homens. Nas crianças, esses valores tendem a ser inferiores a 11- 11,5g/dl, dependendo da faixa etária.

As anemias afetam mais de 25% da população mundial e constituem um problema de saúde pública, amplamente distribuído na população, que aumenta o risco de morbidade e mortalidade, especialmente em crianças, mulheres grávidas e idosos. Entre as consequências da morbidade associada à anemia crônica incluem-se: a perda de produtividade, dificuldades cognitivas e maior suscetibilidade a infecções. Em mulheres, um recente estudo de revisão mostrou que a anemia está também relacionada a parto prematuro, baixo peso ao nascer e mortalidade infantil e materna.

Podem ser classificadas como: leve (Hb>10g/dl), moderada (Hb entre 7 e 10g/dl) e grave (Hb<7g/dl); e em agudas ou crônicas.

A principal causa de anemia no mundo é a deficiência de ferro. Porém, devemos nos lembrar que ela não é a única causa e que fazer o diagnóstico preciso antes do tratamento é fundamental para melhores resultados. Outras causas frequentes de anemias são: deficiência de vitamina B12, deficiência de folato, aplasia de medula, mielodisplasia,
anemia falciforme, talassemia, esferocitose hereditária, neoplasias, doença renal crônica, hipotireoidismo e doenças reumatológicas.

Os sinais e sintomas de anemia são dependentes do grau e da velocidade de instalação. Eles incluem fadiga, cansaço, dor nas pernas, palpitações e palidez. Hipotensão, tonturas e desmaios estão muito relacionados à anemia de início mais recente e de maior gravidade.

O diagnóstico de anemia é feito a partir do hemograma e outros exames complementares devem ser realizados a fim de determinar a causa da condição.

O manejo depende da causa encontrada. Em alguns casos podem ser necessários submeter o paciente a transfusão de hemácias. Outros tratamentos utilizados na prática clínica incluem: suplementação de ferro oral ou reposição venosa do ferro, reposição de vitamina B12 e folato e uso injetável de agente estimulador da eritropoiese.

E lembre-se: tratar anemia sem investigar a causa pode significar a perda da oportunidade de se identificar uma doença subjacente grave ou maligna em uma fase ainda potencialmente curável. Procure sempre o médico para uma investigação mais apurada

Dra. Marielle Tomas de Pinho Coelho é Hematologista. CRM/MG 49.115 | RQE: 24811

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