O feriado prolongado de Proclamação da República foi violento e letal nas estradas federais que cortam Minas Gerais. Mais de 20 pessoas morreram em quase 150 acidentes registrados entre quinta-feira (14) e o domingo (17). Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a combinação entre pista molhada pela chuva e a imprudência dos motoristas contribuiu para as estatísticas negativas. Cenário visto bem de perto por duas itabiranas que usaram as redes sociais para desabafar e alertar outras pessoas sobre os perigos das estradas, especialmente a BR-381, não à toa chamada de Rodovia da Morte.
A empresária Telma Almeida foi vítima de um acidente no domingo, na região de Antônio Dias, quando seguia para o Vale do Aço. Em seu perfil no Facebook, ela postou uma foto do carro completamente danificado e de um pequeno ferimento na perna. Segundo escreveu, a postagem foi para chamar atenção sobre os perigos da rodovia e para o “excesso de confiança” nos veículos.
Em conversa com a reportagem de DeFato Online, Telma disse que até agora não entende o que aconteceu com seu carro, um Prisma. A empresária comentou que estava com todas as manutenções em dia e que o acidente ocorreu em uma curva suave. Ela perdeu o controle da direção e o automóvel bateu diversas vezes contra um barranco.
“A minha intenção foi fazer um alerta para as pessoas. Eu faço esse trajeto há 25 anos, conheço cada curva daquela estrada como a palma da minha mão. E o acidente aconteceu justo em uma curva suave. Eu não estava correndo, não chovia na hora, simplesmente aconteceu. É preciso ter atenção redobrada”, disse Telma.
“Tem gente que procura a morte”
O Facebook também foi o meio escolhido pela analista de Departamento Pessoal, Keity Carvalho, desabafar sobre sua experiência na BR-381 durante o feriado. A itabirana aproveitou a folga para viajar com a família para o Espírito Santo, mas as cenas que viu na rodovia marcaram mais que o período de descanso.
Keity citou os inúmeros acidentes registrados durante o feriado e manifestou indignação com as imprudências “daqueles que não estão nem aí para os que frequentam a mesma estrada”.
“O que vimos de pessoas cometendo absurdos vocês não têm ideia. Gente saindo das paradas na BR alcoolizados e pegando volante, vários carros nos ultrapassaram nas curvas, outros nas retas, mas sem espaço nem para um mosquito passar. Vimos pessoas rodando com farol alto, ofuscando a visibilidade dos que estavam à frente e dos que vinham em sentindo contrário, presenciamos motoristas falando ao celular e carros a uma velocidade que de forma alguma conseguiriam reduzir a tempo em qualquer eventualidade”, listou a itabirana, que ainda citou outros casos.
“Aí eu te pergunto: pessoas assim estão querendo mesmo chegar em casa? E o pior, querem que a gente chegue em segurança? Não adianta cobrar de político situação boa de pista (que sei que é um dos fatores que também levam a acidentes e precisa “estar em dia”), mas se a pista for ótima e você não fizer sua parte de nada vale. A estrada é uma só, regras valem a todos. Não sei você que dirige sem limites, mas eu quero voltar para casa. Respeita a minha família!”, encerrou Keity.
Números
Em quatro dias, entre a quinta-feira (14) e o domingo (17), 22 pessoas morreram e outras 200 ficaram feridas em 147 acidentes nas estradas federais de Minas Gerais durante o feriado de Proclamação da República. Os números, segundo a PRF, fazem desse período o feriado com o maior número de vítimas fatais em todo 2019. Veja mais aqui!