O ex-ministro Aldo Rebelo disse em audiência pública na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs, na terça-feira (11), que essas instituições formam um “estado paralelo” e que governam a Amazônia com a conivência e auxílio das agências oficiais do governo.
Rebelo, ex-ministro da Defesa, entre 2015 e 2016, acrescenta ainda que três estados “convivem” no principal bioma do país: o Estado oficial, o narcotráfico e as ONGs. “O mais importante, o mais forte, o mais dominador é o Estado paralelo das ONGs, governando a Amazônia de fato e governando com o auxílio do Estado formal brasileiro, com o auxílio do Ministério Público Federal, com o auxílio da Polícia Federal, com o auxílio do Ibama, da Funai, desse ministério que criaram agora, dos Povos Indígenas. Esse consórcio de agências do Estado brasileiro a serviço desses interesses”, declarou.
Para Rebelo, não é fácil enfrentar esse “estado paralelo”, porque eles nem precisam estar lá, pois governam de dentro do Estado oficial. O ex-ministro disse à CPI que “a reserva de 14% do território brasileiro não ocorre por acaso, mas foi profundamente planejada”.
“Esse sistema nacional de unidade de conservação é criação de uma agência norte-americana, assumida pelo Estado brasileiro. Você achar que 14% do território nacional está imobilizado em áreas indígenas, as áreas mais produtivas, mais ricas em minério do país, isso é por acaso? Não. Isso é planejado. Profundamente planejado”, disse Aldo Rebelo.
Depois de 40 anos fazendo incursões pela Amazônia, Rebelo afirmou: “surpreendeu-me negativamente constatar a presença de três Estados, enquanto o Estado oficial é anêmico, débil, deficitário em tudo. O crime organizado está espalhando seus tentáculos pela Amazônia inteira, dominando os rios como via de acesso ao tráfico nacional e internacional, ampliando seu poder social e econômico”.
Mas Aldo Rebelo fez ressalvas: “o aparato repressivo do Estado oficial é ostensivo, com o uso de helicópteros, Polícia Federal, Ibama, Força Nacional e viaturas. Parece uma cidade em guerra. E você pergunta se esse aparato é para combater o crime organizado. Não é! Esse aparato está ali montado para ir atrás do sujeito que está criando uma vaca, plantando uma roça de milho, criando uma cabra, uma roça de cacau. É para isso que o Estado brasileiro mobiliza esse aparato que eu vi pela primeira vez em 2010”.