De janeiro ao dia 26 de agosto de 2024, o número de decretos de emergência nos municípios brasileiros atingiu a marca recorde de 193% com 167 medidas desse tipo, enquanto em 2023 foram 57, em idêntico período.
O levantamento foi realizado pela CNM (Confederação Nacional de Municípios) com dados do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
Agosto foi o mês recordista em ocorrências, com 118 dos 167 decretos municipais, uma elevação de 354% se comparado a 2023, quando foram registrados 26 decretos municipais.
O Estado de São Paulo registrou o maior número de decretos relacionados a queimadas, com 51 decisões, seguido de Mato Grosso do Sul com 35 e o Acre, com 22.
Os prejuízos aos cofres dos municípios atingidos pelo fogo chegam a R$38 milhões, segundo estimativa da CNM, dos quais R$13,6 milhões são na agricultura, R$10 milhões em assistência médica emergencial e R$9,2 milhões na pecuária.
Os números não são definitivos, já que muitas prefeituras ainda estão inserindo dados no sistema do ministério.
Cerca de 4,4 milhões de pessoas foram afetadas pelas queimadas deste ano, sendo que 90% delas em agosto.
O número de focos de incêndio no país no decorrer deste ano, 109.943, ultrapassa o de 2010, com 127.145 registros no mesmo período, um aumento de 76% em relação a 2023, com 62.353 pontos de fogo.
O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) tem como princípio considerar o período de 01 de janeiro a 26 de agosto de cada ano.
Esta é a pior seca vivida por 16 estados mais o DF (Distrito Federal) em 44 anos, segundo o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), o que facilita focos de incêndios.
O Cemaden acusa a situação mais grave no leste do Mato Grosso do Sul, no oeste do Mato Grosso, no sudoeste de Goiás, no Triângulo Mineiro e no norte de São Paulo, com registro de 25 cidades do interior afetadas pelas queimadas.
Também os estados do Amazonas e do Pará enfrentam registros excepcionais da seca.
Em 2024 houve um aumento de 56% no número de municípios amazonenses com seca severa, conforme análise do portal Infoamazonia em parceria com o Cemaden.