Uma fêmea de tamanduá-bandeira foi resgatada pelo Corpo de Bombeiros na madrugada desta sexta-feira (23), no município Guaxupé. O bicho foi visto por funcionários da cooperativa Cooxupé, no bairro Vila Santa Bárbara, e faz parte de uma espécie que está ameaçada de extinção atualmente.
Trabalhadores da cooperativa avistaram a tamanduá-bandeira e a levaram para o estacionamento, que é cercado por um alambrado. Com o animal já calmo e sem possibilidade de fuga, a equipe de Salvamento Terrestre do 2º Pelotão de Bombeiros em Guaxupé foi acionada para o resgate.
O tamanduá-bandeira é uma das espécies ameaçadas de extinção atualmente. O biólogo Helter Carlos Pereira aponta que um dos motivos de sua mortalidade é a diminuição das áreas com vegetação nativa devido ao aumento de monoculturas, o que faz “com que os animais selvagens como o tamanduá tenham que se aventurar atravessando estradas, onde, por sua lentidão, são atropelados, ou tenham que adentrar em zonas urbanas, onde podem ser atropelados ou mortos por animais domésticos”.
Além de bombeiros, agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) também estiveram no local. Após a captura, o Corpo de Bombeiros soltou o animal em mata nativa, nos arredores do município.
Visitas ilustres
Se, antes, serpentes, escorpiões e gaviões eram restritos a áreas rurais, agora podem ser vistos nas cidades.
As causas são o crescimento das áreas urbanas e o aumento das monoculturas, que levam essas animais a procurarem alimento ou moradia em centros urbanos. “Muitos animais silvestres se adaptaram ao ambiente urbano pela facilidade em encontrar alimento, principalmente, proveniente do nosso lixo. Ou se alimentando de outros animais que estão relacionados com a presença humana, como baratas, ratos e pombos”, explica o biólogo.
O bicho
O tamanduá-bandeira tem o nome científico Myrmecophaga tridactyla e é um mamífero que pode medir de 1,80 a 2,20m pesando até 45 kg. Encontrado em toda América do Sul, tem preferência por áreas abertas como cerrado e campos limpos, podendo também ser encontrado com menor incidência em áreas florestais.
O animal tem um hábito tranquilo e não causa perigo para o ser humano, já que se alimenta prioritariamente de insetos, como formigas e cupins. “Quando ele encontra um cupinzeiro ou formigueiro, ele utiliza sua língua para capturar o máximo de insetos possível e, em pouco tempo, continua sua caminhada até encontrar outro ninho de insetos”, explica o biólogo Helter Carlos.