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Anielle procurou evitar denunciar assédio para não provocar escândalo no governo

Foto: Reprodução/Redes sociais

Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi vítima de assédio por parte do ex-ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos, por mais de um ano, sofrendo comentários enviesados e importunações do seu agora ex-colega da Esplanada, sem levar a conhecimento dos órgãos de controle do governo federal.

O fato só veio á tona após a publicação do portal Metrópoles, no início do mês, causando a demissão de Almeida. 

No entanto, o assunto já era de conhecimento de alguns ministros de Lula, quando um desses, a pedido do presidente, se reuniu com o acusado para esclarecer os rumores sobre o assédio e a importunação, com o claro recado de sua demissão caso se confirmasse a acusação. 

Silvio Almeida negou com veemência as investidas.

O ministro interlocutor procurou Anielle, que confirmou ter sido alvo de importunações por parte do então colega. Anielle procurou manter sigilo sobre a situação temendo escândalo e preferindo esquecer o ocorrido, temendo também, apesar de ser vítima, que o desgaste pudesse prejudicá-la.

Diante da confirmação do assédio, o ministro interlocutor dirigiu-se novamente a Silvio Almeida, que em tom mais enfático se recusou pedir demissão, insistindo que nada fizera de errado para tal, e que mantinha um bom relacionamento com Anielle.

Após a publicação das denúncias, na sexta-feira (6), Silvio Almeida foi demitido.

Anielle entrou de férias na semana seguinte e não fez qualquer comentário público sobre o episódio, devendo retornar nesta segunda-feira (16).

Almeida e Anielle se conheceram durante o período de transição do governo e, aos poucos, as conversas descontraídas foram dando lugar ás investidas e olhares enviesados, com elogios inconvenientes, sussurros de fantasias eróticas no ouvido da colega e até repousar a mão entre as pernas da ministra.

Anielle, na tentativa de colocar um ponto final na embaraçosa situação, chegou a se reunir com Almeida em um restaurante, mas sem resultado efetivo.

O ápice da agressão sexual ocorreu quando Almeida tocou as partes íntimas de Anielle, por baixo da mesa, durante uma reunião de trabalho e na presença de várias autoridades.

* Fonte: Veja

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