O PDT confirmou a candidatura do ex-ministro Ciro Gomes na disputa pelo Palácio do Planalto na quarta-feira (20). A convenção, na sede nacional do partido, em Brasília (DF), foi a primeira entre os presidenciáveis. A decisão foi tomada por unanimidade.
Esta será a quarta tentativa do ex-governador do Ceará de chegar à Presidência da República. Sem ter conseguido até agora o apoio de nenhuma outra legenda, Ciro tenta romper a polarização da política nacional entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que estão à frente nas pesquisas de intenção de voto.
No levantamento mais recente do Datafolha, divulgado em 23 de junho, Ciro aparece com 8%, em terceiro lugar, atrás de Bolsonaro (28%) e Lula (47%). No primeiro turno da eleição de 2018 ao Planalto, o ex-ministro obteve 12,47% dos votos e ficou na terceira colocação.
O ato político contou com a participação do presidente nacional do partido, Carlos Lupi, do líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE), da senadora e pré-candidata ao governo do Distrito Federal, Leila Barros, cotada também para ser vice de Ciro, dos ex-ministros Aldo Rebelo e Miro Teixeira e do presidente do partido em São Paulo, Antônio Neto, que vai concorrer a uma vaga na Câmara.
O ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, escolhido pelo PDT para concorrer ao governo do Ceará, também foi à convenção. A decisão do partido de apoiar Cláudio levou o PT a romper a aliança com os pedetistas no Estado. A legenda de Lula defendia a reeleição da governadora Izolda Cela (PDT) e agora decidiu, em conjunto com MDB e Progressistas, lançar outra candidatura a governador para rivalizar com o PDT. O nome apoiado pelo PT ao Estado ainda não foi definido.
Apesar da decisão de lançar Ciro à Presidência, diversos candidatos do PDT nos Estados tentam associar suas campanhas com a de Lula. Exemplos disso são o senador Weverton Rocha (MA), o ex-prefeito de Niterói (RJ) Rodrigo Neves, ambos pré-candidatos a governador, e o ex-prefeito de Natal (RN) Carlos Eduardo, pré-candidato ao Senado. Os três estavam presentes na convenção nacional do partido. Antes de anunciar o resultado que sacramentou a candidatura de Ciro, Carlos Lupi negou haver dissidências. “As aves de rapina vão cultivar traição em muito terreno, aqui não”, declarou.
Preferência por vice mulher
Em discurso durante a convenção, Ciro Gomes fez diversos acenos ao eleitorado feminino. Como o PDT ainda não fechou acordo com outra legenda, a definição sobre quem ocupará a vice ficou para depois da convenção. A tendência, de acordo com uma fonte do partido, é uma “solução caseira”, como em 2018, quando a senadora Kátia Abreu (PP-TO), então no PDT, concorreu ao lado de Ciro.
Até o momento, as cotadas para ocupar o posto nesta eleição são a senadora Leila Barros, pré-candidata ao governo do Distrito Federal, e a ex-reitora da USP Suely Vilela.
Ao lado de sua esposa, Giselle Bezerra, Ciro disse que as mulheres “vão salvar” o país, numa tentativa de conquistar votos numa parcela da população que rejeita, em sua maioria, o presidente Jair Bolsonaro (PL). A deputada estadual Juliana Brizola (RS) disse, em seu discurso, que a campanha do PDT deve ter foco no eleitorado feminino.