Já envolvido em polêmica, o desembargador Georgenor Filho, presidente da Quarta Turma do Tribunal Regional da Oitava Região (PA), citou o Hamas ao perguntar ao advogado se ele gostaria de comentar uma decisão. “Não quer se manifestar? Está bem, assim se decide. Agora não vai se manifestar. Antes a democracia daqui do que a do Hamas, mas, se quiser, a gente adota a do Hamas também”, declarou em audiência.
No último dia 10 de outubro, o magistrado causou polêmica ao comentar o não comparecimento de uma advogada em uma sessão por causa da sua gestação: “Gravidez não é doença, adquire-se por gosto”.
Diante de uma reclamação disciplinar do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o desembargador se desculpou pela fala. “Em mais de 40 anos de magistratura e com a dedicação de outros mais 40 anos também ao magistério superior, impossível não cometer erros, mas imprescindível reconhecê-los para podermos seguir a eterna estrada do aprendizado”, disse.
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil-Pará (OAB-PA) lamentou o ocorrido e enfatizou que a declarações do magistrado são preocupantes: “O lamentável episódio evidencia a banalização da discriminação. de gênero, inclusive no âmbito da Justiça. As falas do desembargador são preocupantes, ao desprezar o contexto de puerpério na atuação de uma colega mulher, desconsiderando que as mulheres são maioria na advocacia no estado e no país”.