Itabira registrou na último dia 10 de agosto, mais uma “nuvem de poeira” oriunda das minas da Vale. O evento, segundo dados das estações de monitoramento da qualidade do ar, chegou a extrapolar três vezes mais que o limite de Partículas Totais em Suspensão (PTS) permitido pela legislação municipal. Além disso, a média das análises das estações de monitoramento ao longo do dia ficou acima do estabelecido. Em função dos problemas, a Prefeitura Itabira, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), avalia a aplicação de uma nova multa à mineradora.
De acordo com a Prefeitura, os dados da rede de monitoramento já estão sob análise dos técnicos da SMMA para definição das medidas cabíveis. Após a análise dos técnicos, em caso de ultrapassagem do Padrão estabelecido na DN 02/2022, o empreendimento poderá ser autuado. “O órgão ambiental tem estabelecido normas mais restritas, o que consequentemente deve resultar na melhoria e eficácia dos processos de controle do empreendimento. Cabe ressaltar que as medidas de controle e verificação de sua eficácia são de responsabilidade operacional da Mineradora. O que cabe ao poder público é a fiscalização e adoção de medidas administrativas cabíveis”, completou a gestão municipal.
O limite das Partículas Totais em Suspensão (PTS) em Itabira é de 150 microgramas por metro cúbico no ar, mas segundo o Portal ItabirAR, naquela data, a estação de monitoramento da Chacrinha chegou a registrar os maiores índices da cidade: 205 microgramas (às 11h30), 319 (às 12h30) e 673 microgramas (às 13h30). Nas horas seguintes o índice continuou acima do permitido, tendo uma média acumulada das 24h em 162,9 microgramas de PTS.
Nas outras três estações (da Escola Trajano Procópio de Alvarenga Silva Monteiro – Premen, dos bairros Areão e Fênix) não houve superação da média de 24h, mas ocorreram picos que extrapolaram o limite permitido ao longo do dia. Clique aqui para conferir.
A análise completa dos índices da qualidade do ar no mês de agosto será divulgada na próxima reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Codema), em setembro.
O que diz a Vale?
Procurada pela DeFato, a Vale se limitou a dizer que, em cumprimento à legislação, realiza controles operacionais para redução de material particulado, e que durante a estação seca, a intensifica algumas medidas, como umectação de vias internas, aspersão e hidrossemeadura de taludes, aplicação de polímero, utilização de canhões de névoa, nebulizadores, dentre outros.
“Além disso, opera em Itabira a Rede Automática de Monitoramento da Qualidade do Ar, composta por cinco estações. Quatro delas monitoram qualidade do ar e uma delas meteorologia, sendo seus dados consolidados conforme estabelece a Resolução CONAMA 491/2018 e enviados de forma automática para a FEAM, SMMA e Vale”, finalizou.