Após pedido de CPI, vereadores buscam informações no Hospital Margarida sobre funcionamento da unidade
Reunião foi nessa segunda-feira (4)
Na última reunião ordinária o vereador e presidente da Comissão de Saúde, Revetrie Teixeira (MDB), pediu para que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) seja instaurada para investigar irregularidades no Hospital Margarida. Visando buscar informações sobre a unidade de Saúde, os vereadores da Câmara de João Monlevade estiveram no hospital nessa segunda-feira (4).
O parlamentar Revetrie disse que tinha uma sessão de fisioterapia no horário do encontro, o que o impossibilitou de estar presente. Em seu lugar, sua assessora, Adriane Fuscaldi, marcou presença.
Também participaram da reunião o presidente da Casa, Gustavo Maciel (Podemos), e os vereadores Belmar Diniz (PT), Pastor Lieberth (DEM), Rael Alves (PSDB), Leles Pontes (PRB), Thiago Titó (PDT), Marquinho Dornelas (PDT). Eles foram recebidos pelo provedor do HM, José Alberto Grijó, consultor financeiro Ricardo Torres, o advogado Felipe Ivens e os membros da diretoria da Unidade: vice-presidente Carlos Alberto Nepomuceno, secretário Sérgio Márcio Coura e 2º secretário Tarcísio Bicalho.
Terceirização
Inicialmente, Ricardo Torres informou que o Hospital Margarida contratou uma empresa de Auditoria Externa para analisar as contas da unidade e que no relatório, emitido pela empresa, não foi apontado nenhuma irregularidade.
“Os documentos estão disponíveis no HM e podem ser consultados por todos os vereadores. Somos uma instituição privada e recebemos também recursos públicos e é nossa obrigação prestar contas para a comunidade”, explicou.
Questionado a respeito da diferença de salários entre médicos do Hospital, Ricardo Torres explicou que os valores são estabelecidos conforme os plantões durante os dias da semana ou finais de semana. Ele ainda destacou que em alguns casos os profissionais recebem, além do plantão, um valor por produtividade.
Cargo remoto
Na reunião da Câmara o vereador Revetrie disse que o dinheiro do convênio que a Prefeitura paga para a manutenção do Pronto Atendimento paga todos os médicos do hospital, inclusive os que estão sobreaviso.
“É normal se pagar para R$13,500.00 mensais para um neurologista que nunca pós o pé no pronto-socorro? O que mais me chateia é a contratação desse profissional. O hospital contratou um neurologista, para atuar 7 dias por semana, 24h por dia. Não é uma empresa de atendimento neurológico não, é um profissional apenas. Como que fica nossa situação?”, questiona Revetrie.
Ontem, segundo o advogado Felipe Ivens, a Resolução da Secretaria de Saúde do Estado nº. 7521, que estabelece as diretrizes para a organização do Programa Rede – Resposta de Urgência e Emergência – prevê que as Unidades de Saúde podem utilizar o serviço de telemedicina para algumas especialidades. Assim, o médico clínico faz o atendimento, solicita os exames e encaminha para o médico especialista, que analisa o material e prescreve o diagnóstico e tratamento.
Atendimentos
Felipe também explicou que o Hospital possui um contrato com uma empresa especializada que oferece o serviço, disponibilizando uma equipe de médicos 24h para atendimento. “O valor é bem menor do que manter um médico plantonista, sem contar que há dificuldade em encontrar médicos especialistas para atender na cidade”.
O Conselheiro, Carlos Nepomuceno, ainda endossou que a medida beneficia a população, uma vez que as transferências para Belo Horizonte só são feitas apenas nos casos que o paciente já está diagnosticado e com a necessidade de atendimento especializado.
Os representantes do Hospital enfatizaram que a Casa de Saúde está aberta para quaisquer esclarecimentos e que trabalham para melhor atender a população.