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Aprovado em 2014, Bolsa Atleta está longe de ser realidade em Itabira

Bolsa Atleta

O Ginásio Poliesportivo, em Itabira. Foto: DeFato

Sancionada em junho de 2014, durante a gestão Damon Lázaro de Sena, a lei que institui o pagamento do Bolsa Atleta está distante de ser praticada em Itabira. Também utilizado em outras cidades do país, o auxílio, que varia entre R$ 300 e R$ 600, tem como foco “valorizar e beneficiar atletas amadores representantes de Itabira em competições regionais, estaduais, nacionais e internacionais”.

À época, o projeto de lei (PL) que deu origem à norma foi proposto pelo vereador Solimar Silva (SDD). Cerca de 20 dias depois de aprovado na Câmara, o PL foi sancionado pelo então prefeito Damon, transformando-se na Lei N. 4.695.

Sem sequência

Uma das principais esportistas de Itabira atualmente, a corredora Larissa Quintão esteve entre os primeiros beneficiados da bolsa. No entanto, o incentivo durou pouco tempo, como ela mesmo diz.

“Houve o projeto, levamos documentação, e aí fui uma das selecionadas a receber o Bolsa Atleta. Mas na hora de pagar mesmo, foram um ou dois meses, não lembro mais, já tem muito tempo. Mas foram poucos meses que recebemos, ficamos mais na expectativa do que na realidade”, relembra.

Para a atleta, o auxílio é fundamental para cobrir todos os gastos exigidos em uma carreira esportiva. Principalmente àqueles que se dedicam exclusivamente ao esporte.

“O Bolsa Atleta é muito importante, porque a gente gasta muito com inscrição, transporte, hospedagem e alimentação. Se você é um atleta profissional mesmo, você não consegue trabalhar. Como você banca suas viagens e competições? Então seria muito importante, sim, receber”, completa.

Uma das principais protagonistas do esporte em Itabira atualmente, Larissa Quintão também não recebe o incentivo. Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

Realidade distinta

Questionada se conhece esportistas que recebem o Bolsa Atleta em Itabira atualmente, Larissa Quintão pontua que recebe muitos relatos de esportistas de outras cidades, inclusive menores que a Terra de Drummond.

“Conheço outros atletas, de outras cidades, inclusive mineiras, que recebem o Bolsa Atleta, algum apoio da Prefeitura, transporte. Já vi até alguns agradecendo a própria Prefeitura das cidades que eles representam, mas não sei dizer se é suficiente ou não. Mas vários atletas tem (o Bolsa Atleta), até em cidades menores que Itabira”.

Tal realidade provoca outro efeito: a busca dos itabiranos por um incentivo em outras cidades. “Todos sabemos como o esporte traz inúmeros benefícios à sociedade, para a saúde, a socialização, valores. Mas ainda falta muito incentivo nessa área, e é triste. Itabira, então, tem inúmeros bons atletas nas mais diferentes modalidades, mas com a falta de incentivo cada vez menos atletas continuam, porque é difícil se manter no esporte. Fora que tem atletas que até acabam saindo da cidade e representando outros municípios”, lamenta Larissa.

O que diz a Prefeitura

A reportagem da DeFato questionou à Secretaria de Esportes, Lazer e Juventude (SMELJ), na última terça-feira (28), sobre o número de atletas itabiranos cadastrados hoje no Bolsa Atleta, quantos estão aptos a receber, o valor pago pelo auxílio atualmente e a forma como é feito o pagamento.

Porém, a pasta se limitou a dizer que está discutindo o tema junto ao Conselho Municipal de Esportes e que só seria possível repassar demais detalhes sobre o Bolsa Atleta após sua regulamentação.

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