Principal entidade da Igreja Católica no país, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) elegeu nesta segunda-feira, 6, como presidente dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte. A escolha aponta para uma continuidade na organização, em meio à expectativa de uma guinada conservadora em sua cúpula, hoje nas mãos de uma ala considerada progressista.
A eleição é feita secretamente, a partir de escrutínios feitos com os participantes. Neste ano, 301 bispos votaram. Tido como moderado politicamente e aberto a discussões, dom Walmor exercerá a função até 2022. Para o posto de vice-presidente, foi eleito dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre, também visto como moderado.
Reunidos em Aparecida (SP) desde quarta-feira (1º), os bispos que participam da votação precisam ainda definir o cargo mais importante para o dia a dia da instituição, que é o de secretário-geral. A escolha está prevista para esta terça (7).
Na estrutura da entidade, o presidente exerce uma função mais institucional, de representação, dando voz a posicionamentos da CNBB. O secretário é quem dita o ritmo do trabalho de comissões e gerencia a rotina em contato com líderes da igreja espalhados pelo país.
Dom Walmor, 65, reconheceu o clima de fissuras dentro da igreja ao falar com jornalistas em Aparecida logo após o anúncio de seu nome para a presidência, no fim da tarde. “Temos um longo caminho a percorrer de diálogos no interno da igreja e da igreja com os segmentos da sociedade”, afirmou, prometendo uma gestão de “fidelidade aos valores do Evangelho”.
Ele disse ainda encarar a missão “com temor”, por saber da necessidade “de fazer uma grande recomposição de tecidos esgarçados nos relacionamentos e nos funcionamentos da sociedade, em razão da avalanche de mudanças e das polarizações”.
A posse da nova diretoria está marcada para sexta (10).