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Areia sustentável é uma das alternativas para diversificação econômica de Itabira

Areia sustentável é uma das alternativas para diversificação econômica de Itabira

Vale estuda possibilidade de processar areia a partir do rejeito de minério de ferro - Foto: Divulgação/Vale

Com a exaustão mineral prevista para 2041, autoridades itabiranas buscam alternativas para diversificar a matriz econômica de Itabira e reduzir os possíveis impactos que podem ser causados com a possível perda da principal indústria da cidade — que, hoje, é responsável, de maneira direta e indireta, por 85% da economia local. Uma das opções para ampliar os produtos gerados no Município é o processamento e comercialização da areia extraída do rejeito de minério de ferro.

Estudos realizados pela Vale, empresa responsável pela mineração em Itabira, apontam que a exploração da areia proveniente do rejeito pode gerar um novo parque industrial na cidade. A multinacional, somente em 2021, processou mais de 250 mil toneladas dessa areia, que acabaram sendo revendidas para outros empreendimentos ou doados para prefeituras.

Além disso, dados repassados pela mineradora ao Sindicato Metabase de Itabira e Região indicam que mais de 1 milhão de tonelada de areia foram negociados com empresas baseadas em Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Distrito Federal. A perspectiva é que em 2023 sejam comercializados 2 milhões de toneladas produto.

“Discutimos há tempos a diversificação econômica do Município em áreas como educação, em que a cidade pode ser polo, na implantação de novas indústrias. Mas a economia circular é a mais nova realidade, principalmente por trabalhar sustentabilidade e desenvolvimento sustentável — e Itabira já dispõe de um produto que pode alavancar nossa economia regional: o rejeito de minério. Esse material, devidamente processado, se transforma em areia, que pode ser usada na construção civil, fabricação de cimento, pavimentação de ruas e estradas e até para fazer pré-moldados de concreto”, analisa André Viana, presidente do Sindicato Metabase e membro do Conselho de Administração da Vale.

Além do aspecto econômico, o produto, na avaliação do sindicalista, traz a redução da disposição de rejeitos no meio ambiente, diminuindo o impacto também para a sociedade. “A tendência natural é o ‘desaparecimento’ das pilhas e barragens de rejeito, já que todas essas estruturas serão transformadas em areia e utilizadas em outros setores”, disse André Viana, que discutiu o tema com Marcelo Gasparino, coordenador do Comitê de Sustentabilidade e Membro do Conselho de Administração da Vale.

Entenda

De acordo com a Vale, foram realizados investimentos na ordem de R$ 50 milhões no desenvolvimento de uma areia produzida a partir de adequações na operação de minério de ferro em Minas Gerais. O material arenoso, anteriormente descartado em pilhas e barragens, é processado e transformado em produto, seguindo os mesmos controles de qualidade da produção de minério de ferro, conforme informações da multinacional.

Após sete anos de pesquisa, a “Areia Vale” é uma alternativa para uso em cimento, pré-moldados em concreto, blocos intertravados, pavimentação, entre outros. O que antes era rejeito, se torna um produto com alto teor de sílica e baixo teor de ferro.

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