Lionel Messi teve de sair de campo na metade do segundo tempo, por causa de um problema no tornozelo, e se derramou em lágrimas no banco de reservas, mas foi honrado pelos companheiros de seleção argentina, que bateram a Colômbia por 1 a 0 na prorrogação da final da Copa América, no domingo (14). A vitória no Hard Rock Stadium, em Miami, trouxe aos argentinos o 16º título do torneio, o segundo na “era Messi”.
Em 2021, vencer a competição continental deu ao atacante sua primeira taça com a camisa albiceleste e deu força no caminho rumo à conquista da Copa do Mundo. Zerado no Mundial de 2022, e até alvo de piadas por causa disso, Lautaro Martínez foi o herói nesta Copa América, pois marcou o gol do triunfo sobre os colombianos, entrando apenas no tempo extra, e terminou o campeonato como artilheiro, com cinco gols.
Antes da festa argentina, um cenário caótico que atrasou o jogo em quase uma hora e meia. Pessoas passando mal, outras derrubadas no chão e um bom número em confronto com a polícia. Foram essas as cenas vistas ao redor e nas entradas do Hard Rock Stadium antes da partida, como consequência da tentativa de invasão ao estádio feita por torcedores sem ingressos. De acordo com a organização, mais de mil tentaram invadir o local. Até o sistema de ventilação da arena foi utilizado como forma de tentar ter acesso a parte interna.
Quando o jogo começou, policiais percorriam as arquibancadas pedindo que os espectadores mostrassem seus ingressos. Em campo, alheios ao caos, os jogadores de ambas as seleções fizeram um primeiro tempo de pouca qualidade técnica.
No quesito entrega, os colombianos pareciam mais ligados que os argentinos, mas não o suficiente para elevar a temperatura da partida. O calor era marcado apenas nos termômetros da noite quente que fazia em Miami, um dos motivos que tornou ainda mais desagradável a experiência para a torcida.
Apesar da falta de intensidade, a Colômbia ao menos apresentou algumas qualidades e desenvolveu lances interessantes que passavam pelos pés de nomes como Richard Ríos, Jhon Arías, James Rodríguez e Santiago Aríaz, jogadores que atuam no futebol brasileiro por Palmeiras, Fluminense, São Paulo e Bahia, respectivamente. Do lado argentino, pouco se criou e ainda houve apreensão quando Messi caiu da linha de fundo, com dores, mas ele se levantou e continuou na partida.
A seleção colombiana mostrou-se mais aguda no início do primeiro tempo, levando perigo em lances com James e Davinson Sánchez, mas viu o jogo ficar mais equilibrado. Di María começou a aparecer mais no jogo e conseguiu criar algumas situações de perigo, como um chute cruzado defendido pelo goleiro Vargas.
A Argentina parecia mais pronta para construir um jogo ofensivo mais intenso, até que sofreu um grande baque. Messi foi ao chão de novo e desta vez não suportou as dores no tornozelo. Teve de ser substituído, caminhou ao banco mancando e, já sentando, derramou-se em lágrimas, levando as mãos ao rosto.
Substituto do oito vezes bola de ouro, Nicolas González mostrou personalidade e foi bastante participativo, embora tenha cometido alguns erros. Chegou a balançar a rede, porém impedido, e protagonizou lances ofensivos importantes. O que se via, contudo, era uma Argentina limitada, mesmo diante do fato de ter chegado aos minutos finais antes da prorrogação jogando ligeiramente melhor que os adversários.
No meio de muito cansaço, o primeiro tempo extra foi muito brigado e de mais espaço, com chances para ambos os lados. A melhor foi para os argentinos, uma finalização de González defendida por Vargas. No segundo tempo, brilhou a estrela de Lautaro Martínez, autor do gol do título.
Assista aos melhores momentos de Argentina e Colômbia:
Na Eurocopa: Espanha vence a Inglaterra
O projeto esportivo do futebol espanhol concretizou-se em título neste domingo, com a conquista do tetracampeonato da Eurocopa. A seleção da Espanha deu uma aula de como aproveitar seus jovens talentos, liderada por Nico Williams, 21, e Lamine Yamal, 17, durante a maior parte do torneio, e venceu a Inglaterra por 2 a 1 na final, disputada no Estádio Olímpico de Berlim, na Alemanha.
Aos ingleses, restou mais uma desilusão. Nem mesmo o fato de terem em seu elenco um nome como Bellingham, que é um dos favoritos para ganhar a Bola de Ouro ao lado de Vinícius Júnior, foi o suficiente para encerrar o jejum de 58 anos sem título. A última e única vez que a Inglaterra levantou uma taça foi em 1966, quando faturou a Copa do Mundo.
Como esperado, a bola passou maior parte do primeiro tempo nos pés da Espanha, o que não significa que houve domínio ou agressividade por parte dos comandados de Luis de La Fuente. Passar do último terço era um grande desafio para eles, mesmo com todo o talento de Nico Williams e Lamine Yamal à disposição. A defesa inglesa se protegia ocupando intensamente a faixa central, com os laterais destacados para impedir que os pontas espanhóis puxassem para dentro, como preferem fazer já que atuam de pé trocado.
Cansados de serem empurrados para a linha de fundo e nada produzir, Williams e Yamal chegaram a inverter de lado, mas a troca de posição não mudou a configuração da partida. A marcação dos britânicos continuava implacável, mas eles pouco fizeram em termos ofensivos. Não à toa, a etapa inicial terminou com apenas um chute a gol, dado por Foden após cobrança de falta e defendido Unai Simón.
Logo no primeiro lance do segundo tempo, os atacantes espanhóis conseguiram executar o que tanto tentaram durante a primeira metade do jogo, porém não sem a ajuda do experiente lateral-direito Carvajal, que deu um toque de primeira para Yamal, com espaço para avançar pelo meio. O prodígio de 17 anos carregou até a meia-lua e soltou dentro da área, onde Williams se encontrou com a bola e bateu de esquerda no canto esquerdo de Pickford para abrir o placar.
A partir daí, a disciplina defensiva da Inglaterra parou de funcionar como antes. Ainda restava algum resquício da solidez, mas a Espanha encontrava muito mais espaços. Não fosse a falta de pontaria de Morata e boas intervenções de Pickford, como em um chute perigoso de Yamal, a vantagem poderia ter sido ampliada rapidamente.
Já os sopros da esperança inglesa vinham ocasionalmente, caso de ótima finalização do até então tímido Bellingham, após segurar a marcação de costas e girar para bater. Foi a qualidade como pivô do meia do Real Madrid que permitiu aos ingleses o gol de empate, depois que ele fez a parede dentro da área e soltou para Palmer, que havia acabado de entrar, mandar a bomba rasteira, vencendo Simón.
A Espanha sentiu a Inglaterra crescer no jogo, mas o herói improvável Oyarzabal aproveitou assistência de Dani Olmo para garantir o tetracampeonato. Ainda foram necessários esforços defensivos frente à grande pressão colocada em prática pelos ingleses no minuto final. Suportada a ofensiva britânica, confirmado o título espanhol.