Após um hiato de meses, vários campeonatos de futebol retornaram. Esse processo começou inicialmente em outros países, como na Alemanha, mas agora também está ocorrendo no Brasil. Os campeonatos Mineiro, Paulista, Brasileirão, entre outros, voltam a serem transmitidos nas televisões de lares em todo o país. Depois de reverem por um período reprises de importantes jogos ou campeonatos, os entusiastas do futebol podem finalmente assistir partidas inéditas.
Não é novidade que o Brasil é conhecido por amar o futebol. Somos reconhecidos por essa paixão até mesmo internacionalmente. Antes da pandemia, era comum para grande parte dos brasileiros reunir-se para assistir uma partida com amigos ou ir até o estádio para acompanhá-la mais de perto, em meio a outros torcedores.
Com o início do isolamento social, isso mudou de uma hora para outra. Não havia mais partidas, todos os campeonatos foram suspensos, e com isso, tivemos a escassez de notícias, de análises sobre o cenário. Não foi mais possível também juntar todo mundo em um mesmo espaço físico para assistir os jogos.
Agora, com a volta dos campeonatos, um pouco de nossa antiga “normalidade” retorna. Após passar meses em isolamento físico e social, a volta do futebol pode trazer aquela nostalgia de como era antes, pode trazer um pouco dos hábitos que antes nos davam alegria e que foram interrompidos inadvertidamente.
Creio que isso pode apaziguar muitas pessoas que estavam ansiosas com toda a situação que estamos passando. No entanto, é importante frisar que, apesar de algumas coisas estarem retornando às atividades, nem mesmo o futebol está como era antes, as novas medidas seguem sendo implantadas.
Porque algo que tanto gostamos está voltando de uma grande pausa não significa que iremos retornar ao que éramos antes, ou que devemos deixar o cuidado que estamos tendo de lado. Pode ser que tenha chegado a hora do futebol voltar, mas ainda não é a hora de ir aos estádios, ou de assistir uma partida em um bar. Um pouco do que nos divertiu por tantos anos pode ter voltado – e que bom que voltou – mas isso não significa que devemos baixar nossa guarda, nosso dever continua sendo importante.
Arthur Kelles Andrade é psicólogo, mestrando em Estudos Psicanalíticos
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