Amanhã (2) é o grande dia! A partir das 16h30, Atlético e Cruzeiro se enfrentam pela final do Campeonato Mineiro, disputada em jogo único a partir deste ano. Levando em conta o fator extra-campo, tudo está equilibrado. O local da partida, o Mineirão, é habitat natural para as duas equipes. Nas arquibancadas, as duas torcidas terão direito a 50% dos ingressos cada.
Mas dentro de campo, a superioridade será daquele que melhor absorveu as lições deixadas no clássico da primeira fase. Por isso, a coluna separou alguns recados dados no jogo ocorrido em 6 de março.
Atlético
Apatia
Na derrota para o Cruzeiro por 1 a 0 em 2021, quando já havia um abismo entre os dois times, muitos atleticanos ficaram irritados com a postura da equipe no maior clássico do estado. Neste ano, apesar da vitória, o comportamento não chegou a ser muito diferente.
No segundo tempo, por exemplo, Hulk chegou a tentar dar uma caneta no meio campo quando o Galo já estava atrás no placar. O que não faltam são exemplos de clássicos nos quais o time inferior se supera e leva a melhor. Caso consiga se igualar ao Cruzeiro em vontade, o Atlético tem tudo para levar o tricampeonato mineiro.
Pontaria
Clássicos costumam ser travados e estudados, especialmente nos primeiros minutos. No entanto, o jogo da primeira fase trouxe um Atlético avassalador assim que soou o apito inicial do árbitro. Porém, com a mesma facilidade com que criou chances, o Galo as desperdiçou. Tivesse saído na frente nos primeiros minutos, a vitória poderia ter sido mais tranquila.
Reposição lenta
Chamou a atenção no segundo tempo daquele jogo como a reposição defensiva do Atlético estava lenta. No gol de Vitor Roque, isso fica bem notório, como você pode perceber abaixo (mesmo o vídeo não mostrando o lance completo). Se o Cruzeiro estivesse com um meio campo mais rápido, como discutiremos abaixo, os danos poderiam ter sido maiores.
Cruzeiro
Meio campo pesado
Algo previsto na escalação e confirmado em campo, foi a lentidão do meio campo cruzeirense no jogo da primeira fase. Com Willian Oliveira, Pedro Castro e Fernando Canesin, a Raposa mostrou bom poder de marcação, mas teve poucos contra-ataques.
Tirar um dos volantes e colocar João Paulo poderia deixar o setor mais leve. Caso o Galo ofereça muitos espaços, como ocorreu há 26 dias, o Cruzeiro teria mais velocidade para explorá-los.
Saída de bola falha
Parte fundamental do sistema de jogo cruzeirense, a saída de bola foi um problema durante boa parte da derrota por 2 a 1 para o Atlético. A mescla entre nervosismo e dificuldades táticas fez com que os comandados de Paulo Pezzolano errassem passes bobos na defesa.
Alguns desses erros se tornaram chances claras para o Atlético, outros culminaram no desperdício da posse de bola. Pensando em um jogo único, valendo título, corrigir essa falha é importantíssimo.
Postura defensiva
O Cruzeiro foi bastante competitivo no jogo da primeira fase quando encarou de frente o poderoso rival. No segundo tempo, principalmente, a “trocação” foi a tônica do jogo. Nenhum dos dois times ficava muito tempo com a bola, e, nesse cenário, Vitor Roque chegou a fazer 1 a 0 aos 24 minutos do segundo tempo.
Porém, quando saiu na frente do placar e se recolheu na marcação, a Raposa levou a virada. Se entrincheirar em frente à área contra um rival tão forte é suicídio, já que, em algum momento, o desiquilíbrio técnico fará a diferença. Se quiser levar o título neste sábado, o Cruzeiro não poderá abandonar o DNA ofensivo que caracteriza o trabalho de Paulo Pezzolano.
Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.
O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.