Astronautas perdem mala de ferramentas em caminhada espacial; saiba quando ela pode cair na Terra
As astronautas Jasmin Moghbeli e Loral O’Hara realizavam uma série de procedimentos do lado de fora da estação durante uma caminhada espacial
Na quarta-feira (1º), aconteceu a quarta atividade extraveicular (EVA) totalmente feminina da história, conduzida por duas astronautas da NASA na parte externa da Estação Espacial Internacional (ISS). Na ocasião, uma mala de ferramentas foi perdida em órbita e a agência dos EUA já tem uma estimativa de quando o objeto pode cair no planeta Terra.
As astronautas Jasmin Moghbeli e Loral O’Hara realizavam uma série de procedimentos do lado de fora da estação durante uma caminhada espacial. Os serviços tiveram início às 9h05 da manhã (horário de Brasília), da quarta-feira, sendo finalizados seis horas e 42 minutos depois.
Na oportunidade, as astronautas substituíram um dos 12 conjuntos de rolamentos da matriz de energia solar do laboratório orbital, que permitem que os painéis rastreiem o Sol e gerem eletricidade. Elas também ajustaram a configuração de um cabo que causava interferência em uma câmera externa.
A última tarefa seria remover e guardar uma caixa eletrônica de comunicações chamada de Grupo de Radiofrequência, mas não houve tempo suficiente para a execução desse serviço, em virtude da perda da mala de ferramentas, impossibilitando o trabalho.
Segundo a NASA, os controladores de voo avistaram a bolsa de ferramentas utilizando as câmeras externas da estação.
O Controle da Missão em sua base na terra analisou a trajetória do objeto e determinou ser mínimo o risco de colisão com a ISS e que tanto a estrutura quanto a tripulação a bordo estão seguras.
Cálculos preliminares estimam que a mala deve reentrar na atmosfera da Terra por volta do dia 21 de abril de 2024, com uma margem de erro de 84 horas, podendo ser em até três dias antes ou depois.
De acordo com o colunista do site Olhar Digital, Marcelo Zurita — presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON), não é possível determinar o local da queda. “Com seis meses de antecedência, é difícil ter uma noção exata de onde o objeto pode cair”, disse.
Zurita diz que existem chances de a mala chegar intacta à Terra. “Ferramentas que forem feitas de material mais resistente podem até resistir, mas como o calor é muito grande, é mais provável que parte dela derreta durante a passagem pela atmosfera”, contou.