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Atingidos de Barão mostram insatisfação com reunião entre Vale, MP e prefeitura

A primeira reunião entre o Ministério Público, Vale, prefeitura e atingidos pelo risco iminente de rompimento da barragem Sul Superior, em Barão de Cocais,nesta quinta-feira (9), não agradou a população. Os cocaienses, que esperavam respostas e determinações mais rigorosas em relação às ações da mineradora e do próprio município demonstraram insatisfação com o tom adotado no encontro. Uma nova reunião será marcada para os próximos 30 dias.

Estiveram presentes representantes do Ministério Público de Minas Gerais, o promotor e membro da força tarefa, Luís Gustavo Patuzzi, secretários da administração municipal e comunidade atingida (moradores das zonas de autossalvamento e secundária de risco). 

O representante da comissão de ribeirinhos, Maxwell Andrade, pretende procurar o Ministério Público para que a dinâmica das próximas reuniões seja revista. “Totalmente desanimador. Estamos saindo desmotivados. Entendo que a gente vai continuar, as reuniões vão ser segmentadas, mas o diálogo é difícil. O atingido não teve voz, mas vamos mudar isso. Vou entrar em contato com o Ministério Público. Toda negociação o atingido tem que ter voz, tem que falar primeiro, ter o espaço dele, tirar as angústias do coração e nós não tivemos esse espaço. Foi uma reunião impositiva”, disse.

Comunidades evacuadas

Os moradores das comunidades de Socorro, Piteiras, Tabuleiro e Vila do Gongo, realocadas no dia 8 de fevereiro de 2019, quando a sirene tocou pela primeira vez na mina de Gongo Soco, também não se mostraram satisfeitos com a reunião.

O representante dos evacuados, Nicolson Pedro de Resende, ressaltou que algumas demandas essenciais para a população que foi retirada de suas casas não foram respondidas. ”O grande objetivo era a prorrogação da renda mínima emergencial e do cartão alimentação, porque muitas pessoas não fizeram acordo com a Vale então tem como trabalhar aqui. Não tem qualificação e nem experiência que o mundo urbano exige”, disse.

Relembre

A sirene da barragem Sul Superior soou no dia 8 de fevereiro e obrigou que mais de 400 pessoas deixassem suas casas nas comunidade de Vila do Gongo, Piteiras, Tabuleiro e Socorro. Posteriormente, no dia 22 de março a sirene tocou novamente, elevando o nível da barragem para três, com risco iminente de rompimento da estrutura.

No dia 16 de maio a Vale informou ao Ministério Público que um talude, na cava norte da mina estava se desprendendo do paredão e poderia ceder entre os dias 19 e 25, causando danos não estimados à barragem.

 

 

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