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Atingidos por barragens protestam contra decisões da Justiça a favor de mineradoras

Atingidos por barragens

O ato foi finalizado em frente ao prédio do TJMG, na avenida Afonso Pena, no centro de BH - Foto: Facebook/MAB Minas

A segunda-feira (16) foi marcada por uma manifestação realizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), em Belo Horizonte. Segundo o MAB, mais de mil pessoas participaram do ato, que teve início na praça do Papa, no bairro Mangabeiras, pela manhã, e terminou em frente ao prédio do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), no Centro da capital.

O movimento criticava as decisões de desembargadores que favoreceram as mineradoras Vale e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Em nota publicada no Facebook do MAB Minas, os manifestantes exigem que a Justiça agilize o processo de contratação de assessorias técnicas independentes e aproveitam para denunciar o desbloqueio de parte dos R$ 12 bilhões da Vale, que deveria ser utilizado para a reparação às vítimas das tragédias. 

Foto: Facebook/MAB Minas

“Quase mil atingidos vieram nessa luta, que é de todos. Estão matando os rios, acabando com a mata selvagem, as pessoas que vivem aqui estão passando por dificuldades, sem uma vida saudável. Estamos lutando por todos”, declarou Thomas Nedson da Comissão de Atingidos Colônia Santa Izabel.

Participaram do protesto moradores de Macacos (distrito de Nova Lima), Brumadinho, Congonhas, Barão de Cocais, Mariana e outros. Um ofício foi entregue à um representante do TJMG denunciando “a grave situação em que vivem os atingidos no estado e denúncias contra as mineradoras”. 

A tarde os manifestantes acompanharam a última escuta do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Barragem de Brumadinho, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A sessão foi aberta com um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do crime da Vale em Brumadinho seguida da escuta de alguns atingidos das regiões.

Foto: Facebook/MAB Minas

O relatório final da CPI da Barragem de Brumadinho foi aprovado por unanimidade pelos parlamentares da comissão, em reunião realizada na quinta-feira (12). O documento responsabiliza a Vale e pede o indiciamento de 11 de seus dirigentes e funcionários, além de dois auditores da empresa Tüv Süd, pela tragédia que provocou as mortes de 270 pessoas, em janeiro deste ano.

Foto: Facebook/MAB Minas

Ao longo de cerca de 340 páginas, o relatório da CPI da ALMG também aponta os fatos que concorreram para o rompimento da Barragem B1, da Mina Córrego do Feijão, operada pela Vale, em Brumadinho (Região Metropolitana de Belo Horizonte), e faz mais de 100 recomendações aos órgãos públicos.

“As famílias retornam para suas casas animadas e cada vez mais firmes na luta por direitos”, informou o MAB Minas nas redes sociais.

Veja trecho da manifestação:

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