Atingidos por barragens de Conceição do Mato Dentro interditaram a BR-010 durante protesto ontem (25) contra a Anglo American. O grupo reivindica a renovação do contrato de assessoria técnica para trabalhar em conjunto com as comunidades. À DeFato Online, a mineradora afirmou que a renovação de contrato com a empresa Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragem (Nacab) é avaliada.
Ainda, segundo a Anglo American, a renovação do contrato com a Nacab depende única e exclusivamente de critérios técnicos e está em discussão nas instâncias competentes. “A companhia reforça sua disposição ao diálogo com as comunidades e vem cumprindo todas suas obrigações e executando regularmente todos os seus programas e condicionantes, conforme previsto no processo de licenciamento, além de promover investimentos sociais voluntários”, informou a empresa em nota.
Manifestação
Conforme apresentado pela Nacab, os manifestantes decidiram fazer a manifestação em prol da renovação do contrato da empresa responsável por trabalhar em conjunto das comunidades do Turco, Cabeceira do Turco, Beco e Sapo. Para eles, a mineradora Anglo American e o governo estadual, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Semad) são contra essa possibilidade.
Ademais, outra reivindicação feita pelos moradores é a urgência da contratação da mesma assistência técnica para a população de Água Quente, Córregos, Gondó, Itapanhoacanga, Passa Sete, São José do Jassém, São José do Arruda, São José da Ilha e Taporoco.
“Atingidos pela mineradora Anglo American interditaram a BR-010 exigindo que a empresa e o estado (Semad) garantam os direitos das famílias atingidas. O empreendimento minerário da empresa tem gerado diversos impactos negativos para todas as comunidades do entorno. No licenciamento ambiental foi feita a condicionante 39 que garante a contratação de assessoria técnica independente”, reafirma o grupo.
Repercussão
Na página do Facebook da Nacab, moradores apoiaram a manifestação e reclamaram dos danos causados pela atividade mineradora nas comunidades.
“Estão calando a voz da população dando emprego para eles que aceitam viver recebendo pouco e acabando com a saúde. A qualidade de vida nesses locais irá ficar cada vez pior”, disse uma moradora.
“A qualidade de vida e os modos culturais de se viver nestas comunidades coladas em propriedades da Anglo ficaram reduzidas a pó literalmente ( partículas suspensas), barulho, descaso. Tamo junto”, pontuou outra moradora.
Semad
Ainda, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informou que a atuação é no âmbito do cumprimento de uma condicionante da licença prévia (LP) e de instalação. Portanto, segundo a secretaria, uma reunião foi realizada no dia 5 de agosto sobre o resultado da análise técnica da Nacab. No documento foi posto de forma clara e transparente que o resultado apresentado estava inconsistente e incompleto.