Cerca de 120 pessoas atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão ocupam, nesta terça-feira (4), o escritório da Fundação Renova em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. A estrutura da Samarco, cujos donos são a Vale e a BHP, entrou em colapso no dia 5 de novembro de 2015, derramando um mar de lama sobre os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, matando 19 pessoas e contaminando o Rio Doce.
De acordo com Frei Gilvander, da Comissão Pastoral da Terra, que acompanha a ocupação, entre as reivindicações dos atingidos de Mariana, Barra Longa e Acaiaca estão o cadastro de mais de 400 famílias de garimpeiros e pescadores que não foram incluídas na lista de indenizações da Renova – fundação criada para reparar os impactados pela tragédia.
“O crime não foi só no dia 5 de novembro de 2015. É um crime continuado. A ocupação no escritório da Renova não tem dia para terminar”, afirmou Frei Gilvander. A lama da barragem da Samarco percorreu o Rio Doce e chegou até o mar, em Colatina, no Espírito Santo, deixando um rastro de destruição.
Os manifestantes também pedem o reassentamento de pessoas afetadas pelo rompimento da barragem e questionam o fato de o presidente da Renova, Roberto Waack, estar sendo investigado por prática de graves danos ambientais à floresta amazônica brasileira. “Se o presidente está sendo investigado na Amazônia, que moral ele tem para coordenar uma fundação que diz que é pra reparar danos cometidos?”, questionou o ativista.
De acordo com os atingidos que realizam a ocupação, eles aguardam respostas há sete meses e, nesta segunda-feira (3), em uma reunião com a Renova, onde a pauta com 18 reivindicações foi apresentada, mais uma vez não tiveram suas solicitações atendidas. Eles passaram a noite no escritório com a expectativa de dar sequência às negociações.
As informações são do site G1. A reportagem entrou em contato com a Renova e, até o momento da publicação, não teve retorno da fundação.