Um ataque a tiros deixou 21 pessoas mortas, nessa terça-feira (24), e uma escola primária na cidade de Uvalde, no estado norte-americano do Texas. Ao todo, 19 crianças e dois adultos foram assassinados na mesma sala de aula. Além disso, outras 17 pessoas que ficaram feridas.
O atirador, identificado como Salvador Ramos, de 18 anos, foi morto por policiais. Ele era morador da cidade e estudou no ensino médio em uma instituição próxima ao local do ataque. Conforme o governador Gregg Abbott, Ramos abandonou seu veículo próximo da escola e entrou no prédio com um revólver e possivelmente um rifle.
Ele comprou legalmente duas armas de um vendedor local em 17 de maio e 20 de maio, de acordo com o senador do estado do Texas John Whitmire, que recebeu um relatório preliminar da polícia sobre o caso. Em 18 de maio, o suspeito também comprou centenas de cartuchos de munição, segundo as autoridades.
Como foi o crime
Cerca de 30 minutos antes de chegar à escola para o ataque, Ramos fez postagens no Facebook, onde avisou que atiraria em sua avó e que atacaria uma escola. Ele cumpriu as duas ameaças. Sua avó sobreviveu e chamou a polícia. Os investigadores esperam que ela, que estava em estado crítico, possa esclarecer o motivo do ataque.
Ele saiu de casa e bateu de carro perto da escola. Na sequência, ao chegar à instituição vestindo um uniforme tático e com um fuzil de assalto AR-15, Ramos trocou tiros com policiais e conseguiu entrar na escola por uma porta dos fundos.
Ele, então, se dirigiu para uma sala de aula da quarta série, segundo disseram autoridades, e matou os alunos e os professores antes de ser morto a tiros por um oficial da Patrulha de Fronteira dos EUA. Uma das armas do atirador foi encontrada no carro que ele abandonou perto da escola, a outra estava dentro do prédio.
Uma mochila com vários cartuchos estava na entrada da escola, e, mais perto da cena do crime, as autoridades encontraram mais algumas dezenas de cartuchos. A quantidade de munição utilizada apenas será confirmada após a reconstituição da cena do crime.
Ofensas na escola e com poucos amigos
Jeremiah Muñoz estava no último ano do ensino médio, quatro anos atrás, quando se uniu a Ramos, então calouro, por causa de seu amor compartilhado por videogames. Muñoz, de 22 anos, disse que mesmo naquela época, ele se lembrava de estudantes provocando Ramos, ridicularizando suas roupas ou se referindo de maneira rude à sua mãe ou irmã.
No fim de semana, Ramos enviou uma fotografia de dois rifles pretos para Muñoz, semelhante a um que ele postou em sua conta no Instagram. Muñoz disse que, quando jogava videogame com Ramos, muitas vezes o ouvia discutindo com sua mãe pelo microfone. A mãe de Ramos gritava com ele, dizendo que precisava ir à escola e que não estava fazendo nada com sua vida. Segundo Muñoz, Ramos gritava de volta, com palavrões.
Ele costumava sair da casa de sua mãe e ficar com sua avó por vários dias depois de grandes brigas. Várias pessoas que seguiram Ramos no Instagram disseram que o conheceram em sites para se conectar com estranhos, incluindo o Yubo, um aplicativo que permite que as pessoas façam transmissões ao vivo de si mesmas para se promover como uma forma de “fazer amigos”.