Arthur Miguel participou da NPC Maradona Classic, no dia 2 de novembro, em Belo Horizonte. O evento foi organizado pela NPC Worldwide, uma das principais entidades de fisiculturismo amador do mundo e profissional do mundo. A competição contou com a presença de atletas de diversas categorias. O torneio ocorre em todos os estados do país. O desportista itabirano ganhou a modalidade Classic Physique Teen, a mesma em que competiu em 2023. Ele acumula dois troféus de primeiro lugar e uma medalha de quinto lugar.
Arthur Miguel pratica fisiculturismo há dois anos e quatro meses. A modalidade o ajudou a enxergar o futuro de uma nova maneira, transformando-o em uma pessoa melhor. O treinador Dijavam Salgado foi o responsável por incentivar o jovem a concorrer no NPC Muscle Contest. O atleta demonstrou um certo receio em competir devido aos altos custos envolvidos, mas acabou aceitando a proposta do preparador.
“É um esporte que gasta muito dinheiro e, sempre foi eu e minha mãe, dentro de casa. Dijavam me deu a oportunidade de fazer parte do time. Aceitei a oportunidade na hora. Vi como uma chance pra mudar de vida. Nós começamos o projeto já pensando no campeonato, e eu me virei junto com ajuda da minha mãe pra conseguir concluir a preparação. Tivemos uma evolução muito boa. Um garoto que nunca havia ganhado nada na vida, que já ouviu que não iria passar dos 18 anos de idade, que ninguém botava fé, simplesmente se consagrou campeão pela primeira vez ”, comemorou Arthur.
Em sua última participação no campeonato, o jovem contou com o apoio da academia Prime Fit, que auxiliou nos custos de sua inscrição. Apesar das dificuldades financeiras, o atleta está atualmente em busca de novas oportunidades de patrocínio e apoio para competir em um próximo campeonato no ano que vem.
Orientador Dijavam Salgado esclareceu ao ver seu aluno sendo reconhecido e premiado pelo trabalho que desenvolveu sob sua orientação: “para mim é uma satisfação gigantesca porque a gente mora no interior, então quando eu comecei também eu não tinha suporte nenhum, não tinha ninguém para me apoiar, não tinha ninguém para me ajudar e eu fui buscando tudo na raça, sem treinador, sem ninguém para me orientar e hoje poder estar passando o meu conhecimento para ele e ver ele, ajudar ele a realizar esse sonho dele, para mim é gratificante. Logo que o conheci, perguntei a ele porque ele não competia e tal, já que ele gostava tanto de ficar posando em frente ao espelho, ele falou que era o sonho dele, mas que ele não tinha suporte. Eu me vi nele quando comecei e senti no coração de ajuda-lo a treinar, orientar, para poder cuidar dele mesmo, tanto que hoje ele me chama de pai. Eu fui salvo das drogas e de uma vida sofrida através da musculação e do fisiculturismos graças a Deus. Levar jovens como o Arthur a escolher o esporte ao invés das drogas e noitadas, é mais que meu trabalho.”