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Atlético faz seu melhor jogo no ano, mas ainda tem pontos a evoluir

Atlético

Foto: Atlético/Twitter

Na noite desta terça-feira (4), o Atlético teve a sua melhor atuação coletiva na temporada 2021. A goleada por 4 a 0 contra o Cerro Porteño, em jogo válido pela Libertadores, fez com que o Galo chegasse à liderança do grupo H da competição e desse uma resposta aos torcedores que exigiam, de maneira justa, performances melhores da equipe comandada por Cuca.

Porém, dois fatores devem ser citados para evitar uma euforia exagerada pelos arredores de Vespasiano. O Cerro, embora seja uma equipe com boas ideias, é limitado e está longe de figurar entre os desafios mais difíceis da temporada. Além disso, o sistema defensivo atleticano continua apresentando falhas, que não foram exploradas pelo time comandado por Francisco Arce, histórico lateral direito do futebol sul-americano.

Começamos então pela defesa. Cuca aposta em uma marcação praticamente individual, com cada um dos seus jogadores designado a marcar um atleta específico do adversário. Ao contrário do que é praticado pela imensa maioria dos times de futebol na atualidade, a referência para a marcação dos seus times não é o espaço, e sim o jogador que está com a bola.

Sendo assim, é comum ver alguns dos seus jogadores fazendo longas perseguições no campo para tentar parar o seu alvo na marcação. Esse método, especialmente contra equipes que se movimentam bastante, é extremamente arriscado. Um drible completado ou uma rápida troca de posições pode desestruturar toda a marcação. Na noite de ontem, no Mineirão, isso aconteceu algumas vezes, mas o Cerro Porteño falhou na conclusão das jogadas. Contra camisas mais importantes, pode ser fatal.

No segundo tempo, após a entrada de Jair, cuja leitura de jogo é de alto nível, a marcação atleticana evoluiu. Isso porque os comandados de Cuca “encostaram” um pouco mais na marcação e souberam atrair os jogadores do time paraguaio à região do campo que desejavam. Além, claro, do jogo já estar 2 a 0 àquela altura.

No ataque, somente elogios. Hulk está plenamente adaptado à nova função e tem se mostrado não só um ótimo finalizador, mas também um bom armador. Embora seja, teoricamente, a referência do ataque atleticano, ele cai pelas beiradas, busca a bola no meio e faz sua parte na construção do plano ofensivo.

Os inúmeros cruzamentos registrados em alguns jogos recentes diminuíram. O Atlético tem sido mais paciente para trocar passes, os jogadores não estão estáticos em suas posições, e o talento de Nacho, Savarino, Keno, Hulk, entre outros foi melhor explorado. Na saída de bola, as ligações diretas sem fundamento deram lugar a uma saída mais limpa, algo consolidado no trabalho anterior, conduzido por Jorge Sampaoli.

Os laterais, que andavam um pouco tímidos nesta temporada, voltaram a exercer protagonismo. Guilherme Arana, um dos melhores do país na posição, foi quem deu assistência para o gol de Vargas (até ele!) no segundo tempo. Se todos esses setores souberem dialogar melhor, o Atlético se torna um time difícil de ser batido.

Porém, volto a ressaltar que é preciso observar esse time, comandado por Cuca, contra adversários mais difíceis. Só aí saberemos se é algo esporádico, alimentado muito mais pela individualidade dos jogadores, ou se o Galo finalmente está se consolidando como um grande coletivo.

Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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