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Atlético tem a faca e o queijo na mão para ser campeão brasileiro

Atlético

Keno tem sido o destaque do Atlético nas últimas rodadas. Foto: Atlético/Twitter

Quando o Atlético anunciou, no dia 1º de março, Sampaoli como seu novo treinador, ficava claro que o clube se colocara como um dos protagonistas do futebol brasileiro a partir dali. Não bastasse a chegada do renomado técnico, que vinha de ótimo trabalho no Santos em 2019, o Galo ainda fez forte investimento em seu elenco, ignorando, inclusive, a sua situação financeira delicada.

No entanto, o começo de um projeto do zero poderia ser um dificultador. Até que o argentino se adaptasse ao clube e o clube se adaptasse a ele, levaria um tempo. Sem falar no encaixe de todos os reforços e a formação de uma equipe entrosada, uma tarefa nada simples apesar da qualidade dos jogadores.

Porém, o cenário que se apresenta hoje é muito diferente. Com a 11ª rodada do Brasileirão a ser concluída nesta segunda, o Atlético é, atualmente, o principal candidato ao título brasileiro.

Além de ter um treinador acima da média para o futebol nacional, o elenco está redondo, com poucas lacunas. A maior dúvida continua sendo quanto ao dono do ataque atleticano. Sasha, que foi muito bem no ano passado pelo Santos, ainda não atingiu o nível esperado. Um substituto para Nathan, que só agora está voltando de lesão, ainda pode complicar o planejamento para a temporada.

Mas, fora isso, o Atlético possui peças de reposição em todos os setores. O meio-campo, principal motor das equipes do argentino, tem crescido a cada jogo. Pelas pontas, Keno parece ter despertado do sono e vem de duas grandes apresentações no Campeonato Brasileiro, enquanto Savarino voltou a atuar bem depois de uma notória queda de produção.

A força do elenco, algo muito ligado à ativa participação de Sampaoli nas contratações, se junta à fragilidade de potenciais rivais do Galo na disputa. O Palmeiras continua sem achar um treinador que consiga extrair o potencial do seu elenco. O Flamengo, quando parecia estar se achando na temporada, tomou um vexatório 5 a 0 do Del Valle e voltou a atrair dúvidas para si.

O Grêmio vive seu momento mais turbulento desde a chegada de Renato Portaluppi, em 2016. Além de, costumeiramente, ignorar a Série A para focar nas copas, o tricolor gaúcho tem atuado muito mal em 2020, e isso pôde ser visto no último sábado, quando perdeu para o próprio Atlético por 3 a 1. Ok, não era a equipe principal, mas por tudo que tem (ou não tem) jogado ultimamente, seria difícil imaginar um resultado diferente mesmo com os titulares em campo.

A nível de desempenho, Internacional e São Paulo são os que mais se aproximam do Galo, mas não parecem ter elenco suficiente para todas as disputas da temporada. Aliás, este é outro fator importante: o Atlético pode se dedicar apenas ao Brasileirão. Para uma equipe que se propõe a jogar com tanta intensidade, ter o calendário “livre” pode fazer uma diferença absurda.

Por tudo isso, Jorge Sampaoli e seu grupo tem a faca e o queijo na mão para tirarem o clube de uma seca que já dura 49 anos. Se não for em 2020/2021, fica difícil imaginar outra chance de ouro para o Galo levar o Brasileirão.

Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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