Aumento do diesel impulsiona greve dos caminhoneiros
Paralisação está prevista para o próximo dia 1° de fevereiro e conta com o apoio de diversas liderança do setor
Na última terça-feira (26), a Petrobras anunciou o segundo aumento do ano no preço dos combustíveis. A notícia, que sem dúvidas caiu como um peso nas costas dos brasileiros, tem fomentado a adesão de muitos caminhoneiros à greve prevista para o próximo dia 1° de fevereiro. Porém, a greve ainda vem gerando uma divisão entre a classe.
Ainda, líderes dos transportadores afirmam se sentirem traídos com o anúncio do reajuste, uma vez que, visando parar o aumento, vinham conversando com o governo. A adição foi de 4,4% no diesel nas refinarias, que equivale em média a um aumento de R$ 0,09 por litro – nas bombas, a alta deve ser maior.
De acordo com o assessor executivo da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Marlon Maues, o reajuste do diesel, em um instante em que os caminhoneiros acreditavam estar mantendo uma boa conversa com o governo, não é bem vista. Ele conta que a entidade vem desencorajando a greve e insistindo no diálogo com o Ministério da Infraestrutura, mas afirma que a insatisfação dos profissionais está muito alta.
“Já recebemos a sinalização de que o governo está tentando anular o impacto na bomba reduzindo PIS e Cofins, que são impostos federais, mas não é suficiente. Precisa que os estados baixem o ICMS também. Então, a gente prefere mobilizar os interessados nesse ato de segunda-feira para a redução no ICMS”, declara o assessor executivo.
O reajuste na tabela do frete, anunciado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), no último dia 19 de janeiro, também é uma queixa dos caminhoneiros. A adição média, que pode variar de 2,34% a 2,51%, é tida como insuficiente pela categoria para cobrir os custos. Principalmente, com o aumento no diesel.
Entenda
A greve foi convocada em dezembro do ano passado, pelo Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC). Com uma adesão inicialmente pequena, muitas lideranças mais ligadas ao governo analisaram que sindicatos de petroleiros poderiam estar manipulando a categoria para atingir o atual presidente.
Entretanto, após o primeiro reajuste do diesel no ano, que aconteceu em 22 de janeiro, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL) anunciou apoio à greve. Além disso, a CNTTL orientou sua base, que teria 800 mil motoristas, a não rodar na próxima segunda.
Na noite dessa terça (26), a Federação Única dos Petroleiros (FUP) também decidiu apoiar a paralisação dos caminhoneiros.