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Autonomia, inclusão e respeito: “Família Down e Amigos” promove evento buscando visibilidade à causa

Foto: Guilherme Guerra/DeFato

“Sem estereótipos. Abaixo o capacitismo”: este foi o tema de mais um encontro entre pais, amigos e pessoas com Síndrome de Down, realizado neste domingo (17) na Fundação Itabirana Difusora de Ensino (Fide). O evento aconteceu às vésperas do Dia Internacional da Síndrome de Down – celebrado nesta terça-feira (21) – e marcou mais uma importante ação da Família Down e Amigos (FADA), entidade referência na luta por visibilidade e autonomia destas pessoas na sociedade itabirana. 

Rodas de conversa, palestras, explanação sobre direitos às pessoas com Down, musicoterapia, brincadeiras e demais atividades compuseram a programação do encontro, reunindo dezenas de pais, crianças e profissionais de Psicologia, Direito, Saúde e demais áreas. A Família Down surgiu em 2016, composta por pais e mães que buscavam trocar informações e experiências sobre a realidade de suas crianças, os desafios do convívio familiar e a luta por mais visibilidade social para seus pequenos. O grupo busca dar apoio para novos pais e familiares de crianças com Down em Itabira e região. 

Ilton e Cláudia Magalhães, dois dos fundadores da FADA, comentaram à DeFato sobre mais essa ação pela luta anticapacitista às pessoas com Down. O casal destacou sobre o privilégio que é vivenciar o convívio com a pequena Alice, a filha que lhes ensina todos os dias sobre essa jornada. “A gente quer chamar a atenção para que nossas crianças sejam vistas como pessoas. Eu quero que a sociedade veja a Alice. A característica e o cromossomo a mais é apenas um detalhe. Queremos nos informar sobre a nossa causa e também questionar o que a sociedade tem feito para acolher essas pessoas”, completou Cláudia Magalhães. 

 “Às vezes a própria comunidade nos vê e fala: “Ah, coitado do Hilton, tem uma criança especial”. Eles não sabem da alegria que é vivenciar a bondade que essas crianças nos dão todos os dias. A sociedade às vezes é muito egoísta e queremos mostrar para ela a capacidade que as pessoas Down têm. A nossa luta é por autonomia e respeito”, frisou Hilton Magalhães, ressaltando sobre direitos, inclusão e respeito às pessoas com Down. 

Lilian Barros Pereira Campos, professora e mãe do pequeno João Pedro, destacou à DeFato sobre a importância da luta por visibilidade às pessoas Down. A educadora seguiu a mesma linha de pensamento de Hilton e Cláudia, afirmando que a sociedade ainda se prende a estereótipos negativos que tiram a autonomia, associam as pessoas com Down à incapacidade e as limitam em seu desenvolvimento. 

“A gente sabe que a pessoa com Síndrome de Down, mesmo às vezes, com alguma comorbidade associada, é capaz de aprender e de se desenvolver. Nosso objetivo é compartilhar informações, defender os direitos e reduzir o capacitismo, mostrando que não é certo incentivar esses esteriótipos”, afirma.

Lilian e o pequeno João Pedro. Foto: Guilherme Guerra/DeFato

Dia Internacional da Síndrome de Down

O dia escolhido para falar, em todo o planeta, sobre a síndrome de Down não poderia ser outro: o dia 21 do mês 3. A síndrome de Down é uma alteração genética em que a pessoa tem três cromossomos no par 21, e não dois, como o usual. Por isso, a síndrome também é chamada de trissomia do cromossomo 21, ou simplesmente T21.

Segundo o Ministério da Saúde, essa alteração cromossômica – observada pela primeira vez em 1866, pelo pediatra britânico John Langdon Down – é a mais comum entre os humanos. O Dia Mundial da Síndrome de Down, formalizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2012, não só celebra a vida das pessoas que têm a síndrome, mas também fala sobre direitos, inclusão e sobre a possibilidade das pessoas com Down serem e fazerem tudo aquilo que elas quiserem.

 

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