A Advocacia Geral da União (AGU) e os governos de Espírito Santo e Minas Gerais requerem o pagamento de R$ 109 bilhões por parte das mineradoras BHP Billiton, Samarco e Vale pelo desastre-crime em Mariana. Essa é uma contraproposta aos R$ 72 bilhões prometidos pelas empresas em abril deste ano.
Na manhã desta sexta-feira (7), o desembargador federal Ricardo Machado Rabelo, coordenador da Mesa de Repactuação, informou que a contraproposta foi recebida pelo Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6). Além disso, a petição foi enviada a representantes das empresas BHP Billiton, Samarco e Vale e, segundo o TRF-6, não pode ser acessada no momento devido ao princípio de confidencialidade.
O documento foi assinado por Governo de Minas, Governo do Espírito Santo, União, Ministério Público de Minas Gerais, Ministério Público Federal, Ministério Público do Espírito Santo, Defensoria Pública de Minas Gerais, Defensoria Pública do Espírito Santo e Defensoria Pública da União.
Em abril, a mineradora Vale comunicou que R$ 90 bilhões seriam destinados ao caso. Segundo uma nota ao comércio, a Samarco e suas acionistas Vale e BHP Billiton repassariam R$ 72 bilhões gradualmente e os outros R$ 18 bilhões pagariam medidas a serem executadas pela Samarco. O valor total da indenização somaria R$ 127 bilhões, incluindo obrigações passadas e futuras.
Desastre-crime
A barragem de Mariana rompeu em novembro de 2015, liberando cerca de 43 milhões de metros cúbicos de lama tóxica na bacia do Rio Doce. O colapso destruiu vilarejos, impactou dezenas de municípios e afetou o modo de vida de milhões de pessoas nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Rio de Janeiro.