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Autuori no comando técnico é aposta de quem tem tudo a perder

Autuori

Foto: Cruzeiro/Twitter

Em meio a rumores de nomes como Vanderlei Luxemburgo para assumir o posto de treinador, o Cruzeiro anunciou, na manhã desta terça-feira (14), que Paulo Autuori será a principal voz de uma comissão interina formada, também, por Fernando Seabra e Vinicius Rovaris. Ou seja, o Cruzeiro terminará o ano sem um treinador.

Costuma-se dizer que esse tipo de decisão é de quem já não tem “nada a perder”. Mas no caso da Raposa, há muito a se perder. Há de se perder uma campanha que foi sólida durante boa parte do campeonato, com as dificuldades naturais para um clube ainda em reconstrução, mas que caminhava para uma continuidade na Série A.

Porém, Pepa se tornou vítima da sua própria competência e foi premiado com uma demissão inexplicável. Resultado: o Cruzeiro organizado, que encarava de igual para igual rivais muito superiores, está no Z4 a seis rodadas do fim do Brasileirão.

Se a saída de Pepa foi absurda, a escolha do seu substituto se mostrou ainda mais. Para seguir na primeira divisão, o clube gerido por Ronaldo buscou Zé Ricardo, há anos sem emplacar em nenhum clube.

Quando o trabalho anterior encarou uma natural queda de desempenho e a pressão da torcida aumentou, Ronaldo deveria ter recorrido à mesma frieza com que dispensou Fábio, há um ano, e bancado Pepa. O time tinha falhas? Óbvio. Mas muitas delas não se relacionavam à competência do treinador, que fez o possível com o que tinha em mãos.

São essas e outras decisões administrativas que podem afundar o Cruzeiro, novamente na Série B. Um clube que começou muito bem a Série A, estagnou em suas próprias limitações e agora dá suas últimas cartadas desesperadas.

Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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