Argumentando serem “mal formuladas, de comprovação ideológica e que permitem mais de uma resposta”, a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) divulgou nota na segunda-feira (6) pedindo a anulação de três questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Para o grupo, as questões não possuem critério “científico ou acadêmico”.
A bancada também pretende apresentar requerimentos de convocação do Ministro da Educação (MEC), Camilo Santana, para audiências na Câmara dos Deputados e no Senado, além de solicitar informações à pasta sobre a banca organizadora do exame e as referências bibliográficas utilizadas.
Por outro lado, o MEC afirma que as questões são formuladas por professores independentes e que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) não interfere nas ações dos colaboradores.
As questões que estão sendo questionadas são, tendo como referência a prova branca: a de número 70 (71 na azul; 57 na amarela; e 81 na rosa), a 71 (72 na azul; 58 na amarela; e 82 na rosa), e a 89 (48 na azul; 81 na amarela; e 57 na rosa).
A questão 89 aborda fatores negativos do agronegócio no Cerrado e menciona uma “super exploração dos trabalhadores” e o uso excessivo de agrotóxicos, em que denomina a prática como “chuvas de veneno”. Já a questão 71 aborda a corrida espacial promovida por empresários bilionários; enquanto a questão 70 relaciona o cultivo de soja com o desmatamento nas regiões da Amazônia.
Manifestação nas redes sociais
Parlamentares bolsonaristas fizeram manifestações de descontentamento sobre o Enem. Em Minas Gerais, o deputado federal pelo PL Domingos Sávio afirmou que a questão 89 “é um desrespeito ao setor que mais emprega e gera renda no Brasil. O governo Lula ataca o agronegócio de maneira covarde e é contra o sustento de milhares de família”.
A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) afirma que a utilização ideológica do Enem é uma vergonha. “Questão do Enem critica o agro no cerrado, ignorando que as terras do cerrado eram inservíveis e nada valiam antes da revolução conduzida pelo ministro Alysson Paolinelli e pela EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) com Eliseu Alves, e hoje o cerrado é rico, fértil e próspero”, frisou.