A Barragem B3/B4 na Mina Mar Azul da Vale, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, teve o nível de emergência reduzido de 2 para 1, pela Agência Nacional de Mineração (ANM), na noite dessa segunda-feira (9). Mesmo com a redução do nível, os moradores retirados da zona de autossalvamento (ZAS) em 2019 não podem voltar para casa e os acessos permanecem fechados.
Em fevereiro de 2019, mais de 100 famílias do distrito de São Sebastião das Águas Claras, conhecido como Macacos, deixaram o local depois que a sirene tocou, indicando risco de rompimento da barragem.
A redução do risco de rompimento da barragem foi possível, segundo a Vale, mineradora responsável pela estrutura, pelo avanço do processo de descaracterização – 85% do conteúdo do reservatório já foi removido. As Defesas Civis Municipal e Estadual, no entanto, assim como a ANM, optaram por manter a área evacuada e sem moradores para evitar acidentes. Não foi delimitado prazo para o retorno das famílias retiradas da região.
Segundo a Vale, o trabalho de remoção de rejeitos é operado por equipamentos de forma remota, assim, os trabalhadores estão fora da área de risco, em um ambiente seguro e estruturado pela empresa a cerca de 15 km da barragem. A previsão é concluir a descaracterização da estrutura em 2025.
Relatório da ANM
A Agência Nacional de Mineração divulgou relatório nesta quarta-feira (11) mostrando que, das 456 barragens de mineração inseridas na Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), 93% atestaram estabilidade de suas estruturas por meio das Declarações de Condição de Estabilidade (DCE) enviadas na campanha de setembro de 2023. Ao todo, são 420 barragens com atestado de estabilidade e 27 não atestadas.
Segundo relatório, houve um aumento de barragens que atestaram estabilidade frente ao semestre anterior, em que 91% das estruturas apresentaram DCE positivas, ou seja, atestando estabilidade. No segundo semestre de 2022, esse percentual de barragens consideradas estáveis era ainda menor: 89%.