A barragem Grupo, localizada na Mina de Fábrica, em Ouro Preto, na região dos Inconfidentes, teve seu nível de emergência rebaixado de 2 para 1 pela Agência Nacional de Mineração (ANM) na última terça-feira (12), após a remoção de 1,48 milhão de metros cúbicos de rejeito, equivalente a cerca de 60% do volume total. O avanço, resultado do processo de descaracterização, reflete a melhora na estabilidade da estrutura, que agora conta com mais monitoramento e segurança.
Essa descaracterização faz parte de um compromisso assumido pela Vale para eliminar estruturas construídas a montante — modelo com maior risco de rompimento — em suas operações. Segundo a diretora de Descaracterização de Barragens da Vale, Adriana Bandeira, a ação reforça o empenho da empresa em priorizar a segurança das pessoas e do meio ambiente. “Estamos empenhando todos os esforços para que esse processo seja o mais rápido possível”, afirma Bandeira.
Redução de emergência e ações na Mina de Fábrica
O rebaixamento do nível de emergência foi comunicado aos órgãos competentes, seguindo as diretrizes do Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM). A barragem Grupo também conta com uma Estrutura de Contenção a Jusante (ECJ), que possui uma Declaração de Condição de Estabilidade (DCE) vigente, sendo capaz de conter o rejeito em caso de eventual ruptura.
A Mina de Fábrica possui um total de seis barragens no Programa de Descaracterização de Barragens a Montante. Entre elas, além da barragem Grupo, está a Área IX, cuja descaracterização começou em 2023 e também deve ser concluída em 2025. Segundo Eduardo Kelly, gerente da descaracterização de barragens na Mina de Fábrica, novas tecnologias, como equipamentos operados à distância, têm sido adotadas para aumentar a segurança das equipes nas obras.
Avanço no programa de descaracterização da Vale
Desde 2019, 16 das 30 barragens a montante da Vale já foram eliminadas, somando mais de 53% das estruturas previstas no programa de descaracterização da mineradora. Até o momento, a multinacional já investiu mais de R$ 9 bilhões em projetos desse tipe.
Em Ouro Preto, além das barragens Grupo e Área IX, as estruturas Forquilha I, Forquilha II e Forquilha III também fazem parte do cronograma, com a Forquilha III prevista para iniciar as obras de descaracterização em 2025.
Essas ações são monitoradas por assessorias técnicas independentes, com a supervisão dos ministérios públicos Estadual e Federal e outros órgãos ambientais.