Na noite da última terça-feira (27), durante um evento na sede do MDB, o ex-vereador e ex-deputado estadual Bernardo Mucida (PSB) declarou apoio à candidatura do emedebista Neidson Dias Freitas a prefeito de Itabira. Apesar de ser correligionário de Marco Antônio Lage, que tenta a reeleição, Mucida se tornou um crítico da atual gestão municipal e defende mudanças no Executivo local.
“Entendo que como uma liderança política precisava me posicionar. Acho que Itabira, com três [quatro] candidaturas, no meu entendimento, por várias razões, não faz sentido o Marco [Antônio Lage] ser reeleito. Basicamente não foi um governo capaz de entregar aquilo que a gente esperava. Foi o governo que mais arrecadou em todos os tempos, quase. Enfim, foram cerca de R$ 4 bilhões ao longo desses quatro anos e está chegando ao fim sem nada estruturante pro município”, disse Bernardo Mucida em entrevista ao portal DeFato Online.
O ex-deputado também especificou algumas das situações que o fizeram tomar a decisão sobre apoiar a chapa formada por Neidson Freitas e Rosilene Félix Guimarães “Rose” (PSD). “Itabira é uma cidade que precisa de criar condições de diversificar a economia. Por exemplo, nós não conseguimos avançar no distrito industrial, na atração de novas empresas. Itabira sequer se preparou para receber novas empresas. A obra da Unifei, que era importante e já estava em andamento — com dinheiro em caixa e licitada —, a prefeitura não foi capaz de concluir. O projeto de duplicação das MGs 129 e 434, que ligam Itabira ao trevo [da BR-381], que eu, inclusive, fiz uma articulação para fazer o convênio com a DER-MG, para a prefeitura pagar o projeto executivo, o Marco [Lage] não deu andamento a isso. O projeto da transposição da água, que é muito importante, a coisa não avançou”, avaliou.
Bernardo Mucida também pontuou os motivos para não apoiar o ex-prefeito João Izael Querino Coelho (PMN), que tenta o seu terceiro mandato na Prefeitura de Itabira. “O João acho que já teve a oportunidade dele. Foi prefeito, oito anos, fez o que tinha que fazer e, sinceramente, não acho que a solução pra Itabira é voltar com o João Izael. Eu acho que o que ele tinha que ter feito, já fez. Então, vejo que o Neidson é um cara novo, enquanto candidato a prefeito, mas que tem uma experiência política já, quatro mandatos de vereador, e acho que merece uma oportunidade”, afirmou.
Relação partidária
Filiado há mais de uma década ao PSB, o ex-deputado também comentou sobre como fica a sua relação com o partido após o anúncio de apoio a Neidson Freitas. Bernardo é correligionário de Marco Antônio Lage e foi responsável pela sua filiação à legenda. Além disso, Mucida foi um dos principais cabos eleitorais de Marco Lage em 2020, quando venceu a sua primeira disputa eleitoral para prefeito.
“Estou no PSB há 12 anos ou mais e sou o responsável pela filiação do Marco Antônio ao partido, eu que o convidei na época. O que acontece é que eu disputei a última eleição pelo PSB [para deputado] e, hoje, eu sou o primeiro suplente, e, como eu não iria disputar a eleição municipal, eu entendi que não faria sentido eu sair do partido, até pela condição de primeiro suplente. Então eu permaneci no partido e deixei claro para o presidente estadual, o Noraldino Jr., que não iria apoiar o Marco Antônio”, explicou.
Mucida também disse que se houver alguma situação causada pela sua decisão, isso será debatido internamente no PSB. “A questão do partido é essa. Eu, na condição de primeiro suplente, entendo que não seria inteligente sair, e coloquei isso com clareza para o executivo estadual, e deixei claro que se por acaso for incômodo para o partido, eles vão me acionar e vamos fazer o debate interno. Mas, por enquanto, eu não tive nenhum tipo de aborrecimento em relação a isso”, finalizou.