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Bolsonaro discursa em evento conservador; critica a imprensa e ignora indiciamento pela PF

Ex-presidente, Jair Bolsonaro, foi indiciado pela Polícia Federal na última quinta-feira - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro ignorou as acusações que pesam contra ele em seu primeiro discurso após o indiciamento pela Polícia Federal no caso das joias sauditas. Em breve fala, ele criticou o PT, a quem chamou de “partido do trambique” e a imprensa.

A fala de Bolsonaro abriu a Conferência de Política Ação e Conservadora (CPAC Brasil) na manhã deste sábado, 6, em Balneário Camboriú. “Não tenho ambição pelo poder, tenho obsessão pelo Brasil, em que pese qualquer outras questões que nos atrapalhe”, afirmou.

Ele também disse que está à disposição para ser sabatinado ao vivo em um canal de televisão. “Se acha que vão me desgastar, as redes sociais nos deram a liberdade. Será a maior audiência da história dessa televisão”.

Esse foi o primeiro pronunciamento público de Bolsonaro desde que foi indiciado pela PF na quinta-feira, 4, pelos supostos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro no caso das joias sauditas. A Polícia apontou indícios de que o ex-presidente e 11 aliados, também indiciados, ‘atuaram para desviar presentes de alto valor recebidos em razão do cargo pelo ex-presidente para posteriormente serem vendidos no exterior’.

O ex-chefe do Executivo disse ainda que a direita ficará “ainda mais unida” depois do evento, momento em que o público pediu “volta, Bolsonaro”. Ele está inelegível e não poderia, neste momento, disputar a eleição de 2026. O discurso de Bolsonaro abriu a CPAC Brasil, evento conservador que terá Javier Milei, o ultraliberal presidente da Argentina, como principal atração.

Milei tem chegada prevista na cidade para às 22h deste sábado, quando deve participar de um jantar com Bolsonaro, os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Jorginho Mello (PL-SC), deputados bolsonaristas de todo o Brasil e empresários.

O presidente argentino não se encontrará com o presidente Lula (PT), o que é considerado uma quebra de protocolo diplomático. Na semana passada, o petista disse que o presidente da Argentina deveria pedir desculpas pelas “bobagens” que falou sobre ele e o Brasil. Milei, contudo, voltou a repetir que Lula é “comunista” e “corrupto”.

Na sexta-feira (5), o porta-voz do governo argentino, Manuel Adorni, que também participará do evento, disse que Milei não se encontrará com Lula porque as agendas em Santa Catarina são “prioritárias” para ele. O líder do país vizinho cancelou a participação na Cúpula do Mercosul, que será realizada na segunda-feira (8) no Paraguai.

A previsão é de que Milei realize a palestra de encerramento do evento no domingo (7).

*Com Estadão Conteúdo

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