Bolsonaro escolhe Braga Netto como vice em chapa e promove mudanças no governo

O atual comandante do Exército, general Paulo Sérgio, substituirá Braga Netto no Ministério da Defesa

Bolsonaro escolhe Braga Netto como vice em chapa e promove mudanças no governo
Braga Netto é um dos alvos da ação da PF – Foto: José Cruz/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (PL) promove nesta quinta-feira (31) uma reforma ministerial liberando dez dos 23 ministros para disputar as eleições de 2022, numa mudança com impacto direto na cúpula militar do país. Com a saída do general Braga Netto (PL) do Ministério da Defesa, que será o vice de Bolsonaro na corrida eleitoral, o atual comandante do Exército, general Paulo Sérgio, será alçado à Esplanada.

A troca de comando pode levar a situação inédita: a promoção direta de um militar da chefia da Defesa, pasta que abriga as Forças Armadas, à chapa presidencial. O companheiro de Bolsonaro na disputa de 2018, o vice-presidente e general Hamilton Mourão, estava na reserva e presidia o Clube Militar.

O atual responsável pelo Comando de Operações Terrestres, Marco Antônio Freire Gomes, vai substituir Paulo Sérgio. A mudança no Exército será formalizada em cerimônia no final da tarde, no dia em que o golpe militar de 1964 completa 58 anos. Os outros comandantes das Forças Armadas, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior (Aeronáutica) e almirante Almir Garnier Santos (Marinha) devem permanecer nas cadeiras.

Confirmado na quarta-feira (30) pelo vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, o novo desenho para o Exército e o Ministério da Defesa foi selado em reunião no Palácio do Planalto na última segunda-feira (28) com os chefes das Forças Armadas, Braga Netto e Bolsonaro.

Legislação

De saída do primeiro escalão do governo, Braga Netto quer ficar legalmente apto para ser o vice de Bolsonaro nas eleições deste ano. Pela lei eleitoral, quem quiser disputar as eleições precisa se desincompatibilizar de cargos públicos, salvo em caso de reeleição, até seis meses antes do primeiro turno — neste caso, em 2 de abril.

Também deixarão o governo para disputar as eleições os ministros Tarcísio de Freitas (Republicanos), João Roma (Republicanos), Onyx Lorenzoni (Democratas), Flávia Arruda (PL), Tereza Cristina (Democratas), Rogério Marinho (PL), Gilson Machado (PSC), Marcos Pontes (PL) e Damares Alves (Republicanos).