O trecho da BR-262 entre Uberaba, no Triângulo Mineiro, e Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, será administrado pela empresa Rotas do Brasil S.A. pelos próximos 30 anos. O grupo venceu o leilão nessa quinta-feira (31) com uma proposta de 15,30% de desconto tarifário, o maior percentual entre as proponentes, e vai administrar a chamada Rota do Zebu.
O leilão foi promovido pelo Ministério dos Transportes e prevê aportes de R$ 8,54 bilhões em obras de adequação de capacidade da rodovia e em serviços operacionais.
Segundo o Ministério dos Transportes, a aplicação de R$ 8,54 bilhões será na elevação dos níveis de serviço e capacidade operacional da rodovia pelas próximas três décadas. Desse total, R$ 4,401 bilhões correspondem ao Capex (REIDI) e R$ 4,142 bilhões ao Opex. Para adequação de fluxo, a BR-262 deve passar de 96,6 para 140,9 quilômetros de pista dupla. Ainda estão previstos outros 168,87 quilômetros de faixas adicionais, dos quais 98,56 serão entre Campos Altos e Uberaba; e outros 3,63 quilômetros de vias marginais.
O projeto garante tarifas diferenciadas para pistas dupla e simples, além de desconto de 5% para usuários de dispositivos de pagamento eletrônico e descontos progressivos de acordo com a frequência de uso da rodovia. Estão previstas seis praças de pedágio. Quatro delas já existentes e localizadas nos municípios de Florestal, Luz, Campos Altos e Perdizes. As duas novas praças ficarão nas cidades de Nova Serrana e Araxá.
A concessão determina ainda que a Rotas do Brasil S.A. deverá implantar, ainda, um Ponto de Parada e Descanso (PPD) para atender aos caminhoneiros que trafegam na via. Já para o suporte aos demais motoristas, o projeto estabelece a implantação de Centro de Controle de Operações (CCO) e Bases do Serviço Operacional (BSO), com equipes de atendimento médico de emergência e de socorro mecânico.
Disputa por concessão
O leilão da BR-262 foi disputado por duas proponentes, a BTG Pactual Infraestrutura e o grupo Rotas do Brasil S.A., formado pelo consórcio Way/Kinea. A oferta de desconto inicial do consórcio foi de 11,78%. Já o BTG Pactual Infraestrutura deu o primeiro lance com proposta de 8% de desconto. Por haver uma diferença menor que cinco pontos percentuais entre as ofertas das duas proponentes, o leilão passou à etapa de lances à viva-voz, seguindo a variação mínima de 0,10% por oferta.
A partir da abertura da disputa à viva-voz, o leilão ficou extremamente competitivo, tendo mais de vinte trocas de lances entre as duas proponentes. A última oferta do BTG Pactual Infraestrutura chegou a 15,20%, mas foi superada pela oferta final da Rotas do Brasil S.A. e seus 15,30% de desconto sobre a tarifa básica de pedágio.