O Brasil decepcionou na disputa por equipes no Mundial de Judô, nesta quinta-feira (13), mas terminou a competição, realizada em Tashkent, no Usbequistão, no segundo lugar geral no quadro de medalhas, atrás apenas do Japão, maior potência da modalidade no momento. No encerramento do Mundial, o time brasileiro caiu na estreia no confronto por equipes.
Confrontos equilibrados
A equipe nacional perdeu para a Coreia do Sul por 4 a 3, no desempate, logo na primeira rodada. Medalhista de ouro neste Mundial na disputa individual, Rafaela Silva (até 57kg) levou três punições e foi derrotada por Mimi Huh. Na sequência, Daniel Cargnin (até 73kg), bronze na competição, superou Eunkyul Lee de ippon.
O Brasil buscou a virada logo em seguida, com Maria Portela aplicando um ippon sobre Juyeon Lee. Mas o time sul-coreano empatou novamente, quando Rafael Macedo perdeu para Juyeop Han por ippon no golden score.
Na quinta luta do confronto, Beatriz Souza (acima de 78kg), prata neste Mundial, foi batida por Hayun Kim. Rafael “Baby” Silva buscou novo empate ao obter um ippon sobre Jonghoon Won. Com 3 a 3 no placar, o duelo foi decidido no desempate. Pelo sorteio, Maria Portela voltou a enfrentar Juyeon Lee, mas, desta vez, foi derrotada.
Apesar do resultado abaixo do esperado na disputa por equipes, o Brasil fez sua melhor campanha em um Mundial disputado fora do Brasil. Foram quatro pódios, com Mayra Aguiar, Rafaela Silva, Beatriz Souza e Daniel Cargnin, deixando a equipe nacional atrás apenas do Japão no quadro de medalhas. Berço do judô, o país asiático terminou a competição com 12 medalhas, sendo cinco de ouro.
“Nós tínhamos uma expectativa positiva para esse Mundial, mas, obviamente, o resultado foi espetacular. Tivemos quatro medalhas, dois ouros, uma prata e um bronze. Além desse bom resultado, tivemos também um desempenho muito importante dos atletas, em especial no masculino, que não vinha com resultados desde 2017. O Daniel Cargnin, mesmo subindo de categoria, teve uma apresentação fantástica, superou atletas medalhistas olímpicos e mundiais, e conquistou sua medalha, mostrando seu potencial”, analisou Marcelo Theotônio, gerente de alto rendimento da Confederação Brasileiro de Judô (CBJ).
O dirigente aposta que os veteranos chegarão aos Jogos Olímpicos de Paris, daqui a dois anos, com chances de medalha.
“Não é à toa que a Mayra é tricampeã mundial, tem três medalhas olímpicas, Rafaela é campeã olímpica, bicampeã mundial. O Daniel vem de resultado olímpico e medalha em Mundial. A Bia com a sua segunda medalha em Mundial Sênior. Esses dados já mostram que eles são atletas consagrados e com potencial imenso para chegar bem em Paris.”