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Brasil se abstém em resolução da OEA sobre exigência de transparência na eleição da Venezuela

O Brasil se absteve perante o Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), nesta quarta-feira, que rejeitou uma resolução que exigia transparência ao governo venezuelano sobre as eleições de domingo (28), em que supostamente o presidente Nicolás Maduro foi reeleito.

Na reunião, a organização, que congrega 34 países das três américas teve 17 votos favoráveis, nenhum contrário e 11 abstenções entre os Estados presentes.

Cinco países rejeitaram a convocação do conselho, dentre eles, a Venezuela.

O Brasil e a Colômbia se destacam entre os países que pediram ao governo Maduro a apresentação das Atas Eleitorais como forma de dirimir dúvidas sobre o pleito.

A proposta levada a discussão exigia que o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela publicasse “imediatamente os resultados das eleições presidenciais de cada centro de votação”, bem como uma “verificação integral dos resultados na presença de observadores internacionais para garantir a credibilidade e legitimidade do pleito“.

Na quarta-feira, Maduro “ofereceu” entregar 100% das atas eleitorais, como havia também afirmado ao assessor especial do governo brasileiro, Celso Amorim, na segunda-feira (29), mas afirmou que “os líderes opositores que denunciam fraude deveriam estar atrás das grades”.

María Corina Machado e o candidato à presidência do país, Edmundo González Urrutia denunciaram fraude nas eleições e uma escalada de repressão que até a quarta-feira havia deixado 12 mortos e dezenas de feridos, além de mais de 1.000 manifestantes detidos.

Votaram a favor da resolução do Conselho: Argentina, Canadá, Chile, Costa Rica, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Guatemala, Guiana, Haiti, Jamaica, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Suriname e Uruguai.

Se abstiveram: Antígua e Barbuda, Barbados, Belize, Brasil, Colômbia, Dominica, Granada, Honduras, São Cristóvão e Neves e Santa Lúcia.

O México não compareceu à reunião, assim como outros quatro países.

Chanceleres de países a favor da resolução se mostraram insatisfeitos com a rejeição da proposta.

O chanceler peruano, Javier González-Olaechea se mostrou indignado e desabafou: “Depois nos perguntamos porque nossos cidadãos, principalmente nossos jovens, não acreditam nos políticos. Todos aqui, inclusive os ausentes e os que se abstiveram, votaram a favor da Carta Democrática (da OEA), instrumento pensado para abortar os regimes que querem se perpetuar no poder”.

O chanceler uruguaio, Omar Paganini, também teceu duras críticas: “Não compreendemos como não há acordo sobre uma resolução tão clara, sobre temas tão básicos. Este organismo deveria estar hoje muito envergonhado”.

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