Segundo relatório da Bolsa de Comércio de Rosário, um dos principais balcões de negócios argentinos, na safra em curso, o Brasil deve voltar a ser o maior exportador de farelo de soja do mundo, tirando da Argentina a posição que ocupava havia 25 anos.
Diz o relatório: “Neste ano, as exportações de farelo de soja do Brasil superam o volume embarcado da Argentina. Dessa forma, nosso principal parceiro comercial desbanca o país como primeiro exportador mundial de farelo de soja pela primeira vez desde a campanha de 1997/1998”.
O relatório explica as causas dessa mudança: a safra recorde brasileira e a seca histórica que reduziu pela metade a colheita dos produtores argentinos, estimada em 20 milhões de toneladas pelo documento.
A falta de grãos cortou em 34% as estimativas para exportações do farelo de soja. Com essa redução da colheita, os embarques do óleo argentino devem ser, ao menos, 12% menores.
Até 2021, os argentinos exportavam 400% mais óleo que o Brasil. Na atual safra, a diferença deve cair até 57%, de acordo com as projeções do relatório.
O documento estima que o Brasil vá exportar 13 milhões de toneladas de farelo de soja ainda este ano, com o impulsionamento da safra recorde de 163 milhões de toneladas do grão.
O cultivo da soja no Brasil, ocorre, principalmente, na região Centro-Oeste, que é responsável por metade de toda safra nacional, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento. O maior produtor nacional é o estado do Mato Grosso, que deve produzir cerca de 45 milhões de toneladas em 2023, maior que a produção nacional Argentina, estimada em 20 milhões de
toneladas.